sábado, 15 de junho de 2019

Living Metal - Resenha EP “Hail the true Metal and fuck all the posers” (2018)

A taxonomia é uma disciplina que minunciosamente define grupos de organismos biológicos baseando-se em características comuns, dando então nomes a esses grupos. O interessante é que para cada grupo é dado também um tipo de nota. Quando agregados, esses grupos formam supergrupos com maior pontuação, criando assim uma “classificação hierárquica”. Aristóteles (Grécia, 384-322 a C) foi um dos primeiros a classificar de forma informal todas as coisas vivas, inclusive alguns termos usado por ele, como invertebrados e vertebrados, são usados até hoje.
 
Levando esse tipo de disciplina para a música mundial, podemos dizer (assim como citado pelo jornalista e crítico musical do New York Times Jon Pareles) que na taxonomia da música popular o Heavy Metal tradicional é a principal subespécie do hard rock — o tipo com menos síncope, menos blues, com mais ênfase no espetáculo e mais força bruta.  Desta forma, podemos dizer que devido a suas subdivisões o Heavy metal reina absoluto no topo da classificação hierárquica da música pesada.

Uma banda que ostenta com mãos caprichosas a força do Heavy Metal tradicional e a paulistana Living Metal. Formado em 2018 pelo guitarrista Rafael Romanelli (que também tocou no ZUMBIES DO ESPAÇO), a banda tem como objetivo seguir à risca essa linha tradicional, com som e letras de cunho clássico e envolvente, focando no entretenimento com muita cerveja, motocicletas, Metal, espadas, correntes, pregos, couro, cintos de bala de fuzil e jaquetas com patches.

Em outubro de 2018 a banda lançou o EP “Hail the true Metal and fuck all the posers” entrando com muito vigor na cena nacional, destacando – se inclusive entre públicos variados, em especial aos amantes da N.W.O.T.H.M. . O EP foi gravado no estúdio Casanegra, de Rafael Augusto Lopes, com cinco músicas gravadas por Rafael Romanelli (guitarra, baixo e refrão), Pedro Zupo (vocal), Amilcar Cristófaro (bateria) e Fernanda Lira (voz feminina adicional).


O EP abre com a curta “Are You Ready For Metal?”, faixa que climatiza e abre o caminho conceitual para as próximas canções. Com uma pegada forte e sem floreios modistas “Are You Ready For Metal?” é uma excelente e inteligente introdução, pois além de ser contagiante ela consegue mostrar em poucos segundos a personalidade da banda.

No maior estilo Manowar (porém longe de ser cópia) a segunda faixa do trabalho intitulada “Living for Metal” é um verdadeiro salto no tempo. Um presente para os amantes de Heavy Metal tradicional, destaque para o forte riff e excelente linha vocal. Impossível ouvir essa faixa sem sentir vontade de cantar a pleno pulmões: “LIVING FOR METAL – RAISE YOUR FISTS IN THE AIR”.

“Fire On Two Wheels” é a trilha sonora perfeita para os amantes de motocicletas. Com um riff marcante nos moldes de Judas Priest, a canção despeja aquele sentimento da estrada coberto pela aura dos roncos dos motores. Mais um vez quero destacar a bela interpretação vocal de Pedro Zupo que conseguiu um ótimo resultado despejando agressividade espontânea e marcante. Destaque também para expressivo solo e bela timbragem de baixo. 



Chegamos ao ponto mais nostálgico do EP. “Back To The 80'S” musicalmente nos remete (como sugere o nome) ao começo dos anos oitenta, precisamente entre aquela transição do Hard para Heavy Metal. A letra mostra um pouco sobre a gloria destes anos dourados (“you may say i'm living when I sing about the past but I lived the golden years won´t be back anymore”) ao mesmo tempo que faz uma pequena crítica ao modismo atual (“Music was made for ears and not to the eyes”). “Back To The 80'S” porta-se como uma das melhores faixas do disco, principalmente por seu marcante refrão e nostálgico Riff.


Encerrando o trabalho temos o hino “Hail! The True Metal (Will Never Die)”. A musica tem uma base/riff bem solida que serve de alicerce durante quase toda a canção, sendo interrompida somente aos 2:35 minutos quando um dedilhado envolvente seguido por um caprichoso solo enchem nossos ouvidos com técnica e sentimento. A Faixa é um Heavy Metal tradicional que em certos momentos climáticos me lembrou o Metal Church. Destaque desta vez para a precisa execução de bateria que conseguiu ser pesada mesmo nos momentos mais “progressivos” da canção.


Vale lembrar também que o álbum apresenta uma versão da música Rocka Rolla (cover do Judas Priest) que é encontrado somente nas plataformas digitais da banda.

Em suma, se gosta de Heavy Metal tradicional tocado com vontade e expressividade corra atrás da Living Metal e de seu EP “Hail the true Metal and fuck all the posers”. 

 Altamente recomendado! Ansioso pelo Debut!!

Living Metal’s complete line-up:

Pedro Zupo – vocals
Rafael Romanelli – guitar
Jonas – guitar
João Ribeiro– bass guitar
Jean Praeli – drums

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