Quando Aleister Crowley disse: “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei”. Não imaginou que o hedonismo proposto seria usado por conservadores para chamar de satanistas aqueles que pregavam a liberdade. O Rock é um dos exemplos, a velha máxima “sexo, drogas e Rock N’ Roll” tornou-se uma afronta aos preceitos religiosos, e logo ligada ao satanismo devido uma aparente individualidade.
Claro que os argumentos da igreja em relação ao tema são mais profundos, porém a meu ver errôneos. Sabemos que o aspecto libertário, rebelde e contestador se deve apenas a uma forma simbólica que o Rock usa contra padrões impostos. Porém quando o ocultismo passou a fazer parte do enredo lírico de discos e músicas, a Igreja logo sentenciou: “O Rock é coisa do Diabo”!
A estigma tornou-se tão forte (e rentável), que algumas bandas passaram a adotar abertamente temas satânicos, anticristãos e pagãos. Uma das primeiras a assumir esse lado “obscuro” foi a estadunidense Coven.
Formado no final dos anos 60 para os 70, o Coven antes mesmo do Black Sabbath já regava suas músicas com o lado negro da vida. Muitos alias dizem que o Black Sabbath se inspirou no Coven para seguir esse lado oculto. Coincidência ou não, a primeira faixa de seu debut chama-se BLACK SABBATH e seu baixista OZ OSBOURNE…
A vocalista Jinx Dawson foi peregrina em fazer os famosos “chifrinhos” com a mão, bem como a primeira a usar a expressão “Hail Satan” no Rock, além de se apresentar com pentagramas e crucifixos invertidos. O grupo também fez um vídeo para a faixa título de seu terceiro álbum, Blood On The Snow, sete anos antes da MTV.
A banda levava tão a sério sua temática que chegou a registrar uma missa negra em seu disco “Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls”, até o nome do grupo tinha uma conotação “obscura”. Coven é o nome dado a um grupo de bruxos(as), que se unem num laço mágico, físico e emocional, sob o objetivo de louvar a Deusa e o Deus, tendo em comum um juramento de fidelidade à Arte e ao grupo.
A missa negra presente no debut do grupo é a última faixa do disco e contem 13 minutos de duração. Intitulada “Satanic Mass”, a tal “missa” foi na verdade escrita pelo produtor da banda Bill Traut, da Dunwinch Productions, tendo como base uma missa satânica real, acompanhe um pequeno trecho da letra:
Sino Altar (tocar nove vezes para invocar o espírito Satanás.)
Coven (Invocação – Cantar na língua antiga de conjurar Satanás do abismo infernal):
“Bagabi laca bachabe Lamac cahi achababe.
Karrelyos Lamac Lamac bachalyas Cabahagy sabalyos Baryolos
Lagoz atha cabyolas
Samahac et famyolas
Harrahya”
Sumo Sacerdote (diz):
“”Em nome de Satanás, o governante da Terra, o Rei do mundo, o Chefe do Servos, eu ordeno que as forças das trevas venham à conceder o seu poder infernal sobre nós. Salva-nos, Senhor a Satanás, pelo traiçoeiro e violento. Oh Satã, o Espírito da Terra, o Deus da liberdade, abram as portas do inferno, e saiam da fortaleza do abismo por esses nomes: “”
Sumo Sacerdote e Coven gritam!! “Satan! Beelzebub! Leviathon! Asmodeus! Abaddon!
Pra quem tiver curiosidade aconselho procurar pelo álbum “Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls”, as músicas são excelentes, sem contar a icônica arte gráfica que traz fotos de um ritual satânico, onde a cantora Jinx Dawson aparece nua sobre uma mesa como “oferenda”, um prato cheio para amantes da música negra.
Integrantes:
(Formação Original)
Oz Osborne (Baixo)
Chris Nielsen (Vocais, Guitarra)
Rick Durrett (Teclado)
Steve Ross (Bateria)
John Hobbs (Piano)
Jinx Dawson (Vocais, Teclado)
Chris Nielsen (Vocais, Guitarra)
Rick Durrett (Teclado)
Steve Ross (Bateria)
John Hobbs (Piano)
Jinx Dawson (Vocais, Teclado)
Discografia:
Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls – 1969
Coven – 1972
Blood On The Snow – 1974
Metal Goth Queen, Out of the Vault, 1976-2007 – (2008)
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