O Rock em todas as suas vertentes é algo realmente magnifico. Nele expressões e sentimentos variados são exorcizados de forma impar e criativa, um exemplo são as expressivas Óperas Rock.
As Óperas Rock não são uma subdivisão do estilo, mais sim uma forma, digamos, completa de contar histórias através de músicas. Por trazer canções unificadas a um tema em comum, narrando o texto com princípio, meio e fim, que desdobra-se em várias partes através de seções, as Óperas Rock são totalmente diferente de um álbum convencional. Também são diferentes dos elogiados discos conceituais por unificar as faixas através de um enredo, assim como nas óperas tradicionais.
Segundo o escritor Eric V. d. Luft, a Ópera Rock não é um drama musical unificado ou Gesamtkunstwerk de um Wagner ou um Strauss, mas simplesmente uma série de canções interligadas que, reunidas, contam uma história. Dessa forma, também não chega a ser unificada como uma obra de Verdi ou de Puccini mas, sendo caracteristicamente disjuntiva e impressionista, guarda semelhança mais próxima com os trabalhos de Mozart, Händel ou Monterverdi. Da mesma maneira que as obras desses compositores do século XVII e XVIII, a Ópera Rock não apresenta um recitativo para amarrar a narrativa entre as canções, não tendo nada para substituir esta função exceto a imaginação do ouvinte. Sendo assim e, a não ser que seja excessivamente polida por seu autor, uma Ópera Rock é tipicamente aberta a diversas interpretações plausíveis.
Desde seu surgimento, em meados de 1960, inúmeras Óperas Rock marcaram a história da música mundial, dentre as quais podemos destacar internacionalmente “Tommy” do The Who, “The Lamb Lies Down on Broadway” do Genesis e “The Wall” do Pink Floyd. Aqui em terras tupiniquins alguns matérias de qualidade neste formato foram produzidos, um recente é o incrível “Anunnaki” dos Mensageiros do vento, no qual detalharei adiante.
O Trabalho
“Anunnaki” é a primeira Ópera Rock em desenho animado a ser produzida no mundo. O trabalho foi dirigido por Fabrício Barretto, que também compôs todas as músicas da trilha sonora juntamente com seu irmão Fabio Shiva, e conta a história dos Anunnaki, “aqueles que do céu para a terra vieram”. A Ópera foi inspirada nos estudos de Zecharia Sitchin e outros grandes pesquisadores da Suméria, a primeira civilização humana conhecida. O projeto foi selecionado no Edital de Música do Fundo de Cultura e patrocinado pela Secretaria de Cultura da Bahia, contando com o apoio do Athelier PHNX, da Servdonto do Massa Sonora Estúdio e da Staner Audioamérica.
O resultado (além das excelentes músicas que falarei adiante), foi um lindo DVD contendo o filme em desenho animado, mais um CD duplo com a trilha sonora do filme. A arte gráfica dos dois materiais são lindos, o CD por exemplo vem numa bela capa digpack e um encarte riquíssimo em detalhes muito bem explicado.
A Banda
Formado por Fabrício Barretto (voz e guitarra), Julio Caldas (guitarra), Fabio Shiva (baixo) e Thiago Andrade (bateria). Os “Mensageiros do Vento” tem em sua formação dois integrantes, Fabrício Barretto e Fabio Shiva, responsáveis também por outra ópera rock significativa: o álbum VIDA –The Play of Change da banda Imago Mortis, que recentemente foi considerado pela Revista Roadie Crew um dos melhores álbuns de heavy metal já gravados no Brasil. O grupo também fez parte do projeto conceitual “william shakespeare Hamlet” lançado pela Die Hard” em 2001. Sendo assim, podemos afirmar que os “Mensageiros do Vento” tem experiência e respaldo para dissertar sobre um assunto tão complicado como os Anunnaki e a versão alternativa para a origem da raça humana.
Ópera Rock Anunnaki
(Suméria, Zecharia Sitchin e as Tabuletas de argila)
Para mergulharmos nesta incrível Ópera Rock, antes temos que saber um pouco sobre Zecharia Sitchin, os Sumérios e suas famosas tabuletas de argila.
Vamos lá:
A Suméria é considerada a primeira civilização da humanidade, tendo surgida a há mais seis mil anos atrás, alguns especialistas afirmam que é ainda mais antiga. O fato é que o povo sumério dispunha de muito conhecimento, principalmente na agricultura e astronomia. Conheciam a posição e até mesmo a aparência de cada planeta do sistema solar, inclusive de Urano, Netuno e Plutão, que só foram descobertos pela ciência moderna no século vinte. Um outro ponto de vanguarda a se destacar é a criação da escrita, os Sumérios criaram um curioso método de registro que chamamos de “cuneiforme”, essas escritas eram gravadas em tabuletas feitas de argila ou barro cozido.
Poucos peritos em linguística conseguiram traduzir o conteúdo destas tabuletas. Uma das primeiras traduções aconteceu em 1872, quando o Assiriologista George Smith trouxe ao mundo moderno a tradução de umas das mais antigas obras literárias da humanidade, a primeira parte da epopeia de Gilgamesh. A narrativa é toda sobre um grande dilúvio, muito similar em detalhes ao dilúvio Bíblico, porém, a epopeia foi escrita bem antes do velho testamento, pelo menos dois mil anos antes, e ganhou a atenção de vários especialistas. Um de suma importância foi Zecharia Sitchin.
Zecharia Sitchin nasceu no Azerbaijão mas cresceu no Mandato Britânico da Palestina. Formado em economia, Sitchin chegou a ser editor e jornalista em Israel, estudou por conta própria a escrita cuneiforme suméria, tornando-se perito no assunto. O linguista visitou vários locais de importância arqueológica e já traduziu mais de dois mil cilindros e fragmentos de cerâmica e argila com inscrições da mesopotâmia, alguns desses registros fazem parte de museus mundo afora, e são datados de 4.000 mil anos antes de Cristo.
Após traduzir e estudar por anos essas tabuletas, Sitchin passou a defender a história registrada nestes antigos achados, de que na antiguidade seres extraterrenos (os Anunnaki), vieram a Terra em busca de ouro para poder curar a atmosfera doente de seu planeta natal Nibiru. Para ajudá-los na mineração desde raro metal, mesclaram então seu DNA ao do primitivo homo erectus, dando vida a um novo ser: o homo Sapiens. Com isso os Anunnaki teriam criado a raça humana, e Enki, o cientista genético responsável pelo trabalho, seria nosso criador, nosso “Deus”.
Por mais que pareça absurdo, segundo as tabuletas Sumérias foram os Anunnaki que geraram a raça humana a sua imagem e semelhança, e não o Deus cristão. Se formos comparar essas escritas cuneiformes a alguns acontecimentos Bíblicos, encontraremos várias semelhanças, lembrando que as tabuletas são muito mais antigas que os escritos da Torá ou Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, que teriam sido ditados diretamente por Deus a Moisés.
Vou citar aqui algumas destas semelhanças, porém quero deixar claro que são inúmeras as coincidências:
Primeiro Homem: Adão (Bíblia), Adamu (Tabuletas)
Local: Jardim do Éden (Bíblia), Edin (Tabuletas)
Acontecimento: Cain matou Abel (Bíblia), Ka-in matou Abael (Tabuletas)
Acontecimento: Deus dá a Noé as instruções para construir a arca e sobreviver ao diluvio(Bíblia), Enki dá para Ziuzudra as instruções para construir a arca e sobreviver ao diluvio (tabuletas).
Evidências
(“O futuro se esconde no passado”)
(Documental)
O registro histórico documentado da existência e das realizações dos Anunnaki começaram a aparecer desde os primeiros anos do século XIX. A escavação de antigos sítios arqueológicos mesopotâmicos revelaram uma avançada civilização Suméria. Milhares de lâminas de argila contêm escrituras relacionadas não somente com as questões do cotidiano, como o comércio, os casamentos, as ações militares e sistema de cálculos astronômicos; as tábuas cuneiformes também falam dos Anunnaki.
Fica evidente que os sumérios sabiam perfeitamente que aqueles aliens eram criaturas vivas, de “carne e osso”. A Biblioteca de Assurbanipal, apesar de ter sofrido um incêndio, não perdeu nada de seus documentos feitos de argila, resistente ao fogo. Assim, foram preservadas 400 tabuletas cuneiformes que contêm a história dos tempos arcaicos, sem falhas; uma espécie de “cápsula do tempo” feita de barro cozido. São estes documentos que contam a saga dos Anunnaki.
(Genética)
Os registros sumérios localizam o laboratório, onde os Anunnaki criaram o homo sapiens na região leste da África Central, próximo às minas de ouro. É uma área que coincide com o lugar onde foi encontrado o mais antigo DNA mitocondrial, pertencente ao fóssil que ficou conhecido como Lucy. Os arqueólogos também encontraram ruínas de minas de ouro de 100 mil anos. Os documentos descrevem, ainda, os avanços da engenharia genética. O rápido progresso da espécie humana sapiens, que chega a Marte apenas 250 mil anos depois de começar a realmente “sair das cavernas” é notavelmente anômalo diante dos milhões de anos que foram necessários para consolidar os membros mais antigos do nicho dos homo erectus.
Resenha
A Ópera Rock “Anunnaki” baseia-se inteiramente nas traduções das antigas tabuletas de argila da Suméria, contando com bastante detalhes a saga dos Anunnaki, trazendo para o mundo do Rock um excelente registro, que em minha opinião, deveria ser apresentado em escolas. Musicalmente encontramos uma banda muito criativa que consegue passar através de lindas melodias um clima viciante e por deveras significativo.
O DVD com o filme traz um lindo trabalho digno de respeito, que consegue não somente prender o telespectador a sua história, mais sim mostrar que não existem limites para o Rock, e principalmente para música num todo. Mesmo com uma temática controversa, o desenho animado consegue deixar bem claro que nada daquilo é fantasia, já que mostra elementos científicos e históricos em meio as caprichosas animações.
Confira nas imagens a seguir uma comparação entre a animação e alguns registros arqueológicos reais dos Sumérios:
O CD no formato duplo traz a trilha sonora apresentada no DVD, são 28 faixas muito bem gravadas e produzidas que confesso demorou pra sair do meu CD player. Muito vistoso, o encarte juntamente com a arte da capa são chamativos e repletos de elementos sumérios, vale destacar o desenho impresso nas mídias, que no CD 1 traz estampado o planeta Nibiru, e no CD 2 o planeta terra.
Se nunca ouviu falar em Nibiru, Zecharia Sitchin ou mesmo nas tabuletas sumérias, este material é uma excelente porta de entrada. Mesmo sendo muito bem detalhado, tenho certeza que após absorver o material por completo, irá correndo atrás de algumas publicação de Zecharia Sitchin, no qual gostaria de indicar: “O livro Perdido de Enki”, e “O 12º Planeta”.
Aconselho também fazer uma vista no site oficial dos” Mensageiros do Vento” (www.mensageirosdovento.com.br) e baixar os três arquivos em PDF disponibilizados:
LIBRETO ANUNNAKI – Mensageiros do Vento (que traz as letra das músicas e o resumo da história em quadrinhos)
A MARCA – Fabio Shiva (Um intrigante conto de mistério e assassinato que tem como pano de fundo a saga dos Anunnaki)
MANIFESTO – Mensageiros do Vento (Um experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia).
Em suma, “Anunnaki” é uma obra impar no Rock/Metal nacional, Já que de forma pioneira, trouxe ao mundo um trabalho que une Rock, Ópera, animação e história da humanidade.
Extremamente recomendado.
FONTE DAS EVIDENCIAS:
Giants Upon the Earth – por Jason Martell, ANCIENT-X
Planet X: Past and Present – ANCIENT-X
Zecharia Sitchin – ANCIENT-X
Tradução: Ligia Cabús (Mahajah!ck)
ResponderExcluirParabéns pela matéria, Anunnaki é uma obra prima por si só, ela se representa.
Tão grandiosa foi também a resiliência do Fábio e do Fabrício nesses anos todos para concluir a obra, um trabalho realmente messiânico e longo.
No mais, apenas uma observação:
Favor corrigir o nome na imagem 4/5
The Official Web Site of Zecharia Sitchin
www.sitchin.com
Concordo plenamente, a muito eu não ouvia uma obra deste porte.
ExcluirMuito obrigado pela sua observação caro Osvaldo, acabei por descuido deixando passar esse erro. já está devidamente corrigido. Mais uma vez muito obrigado!
Meu amigo, parabéns. Que trabalho espetacular.
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