sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Iron Maiden: “The Wicker Man” e o ritual celta


O décimo segundo álbum de estúdio do Iron Maiden, “Brave New World”, lançado em 30 de maio de 2000, figura-se dentre um dos melhores trabalhos da carreira da Donzela. O disco que marca a volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith carrega músicas fantásticas, dentre elas, um clássico por deveras interessante, chamado “The Wicker Man”.
A faixa, escrita por Adrian Smith, Bruce Dickinson e Steve Harris, é uma das mais fortes do trabalho e discorre de forma simbólica sobre o egoísmo do ser humano e como estamos perdendo o apreço pela vida. “The Wicker Man” (O Homem de Vime) foi inspirada num excelente filme britânico de mesmo nome lançado em 1973, que traz o saudoso Christopher Lee no papel de Lord Summerisle.

O filme conta a fictícia história do policial Neil Howie (Edward Woodward), que chega à ilha de Summerisle, na Escócia, para investigar o desaparecimento de uma jovem. No local ele descobre que todos os habitantes da ilha seguem costumes completamente diferentes de sua crença cristã, eram todos pagãos. A tensão e o mistério aumentam quando ele conhece Lord Summerisle, o poderoso líder da seita. De forma carregada e cheia de suspense o filme explora com bastante ênfase os antigos ritos e costumes do paganismo, em especial a festa de 1º de maio, Festival da Primavera ou Festival de Beltane (de origem celta).

O filme tem um final estarrecedor que envolve o “Wicker Man”, o homem de palha. O “Wicker Man” era uma estátua de vime com pelo menos quatro metros de altura na forma de uma pessoa que os celtas queimavam. O problema era que dentro desta estatua era oferecido aos deuses sacrifícios humanos. O ritual servia de agradecimento à boa colheita, porém também era usado como condenação: em geral, as vítimas eram ladrões e criminosos variados. As “oferendas” ficavam presas em gaiolas de madeira dentro da estátua que era incendiada diante a comunidade que entoava cânticos. Vale lembrar que em 2006 foi gravado um remake horrível do filme. Estrelado por Nicolas Cage, o remake deixou de lado as simbologias e as questões religiosas encontradas na obra original, dando a película um ar bobo e de pouco conteúdo.

O Iron Maiden usou de forma representativa alguns trechos do filme para compor a letra de “The Wicker Man”, porém não conta literalmente sua história ou mesmo descreve o ritual pagão e sim faz menções coesas e simbólicas de ambos. Diferente da canção “Wicker Man” de Bruce Dickinson gravada em 1997, que narra com mais detalhes o ritual celta. A canção foi gravada nas seções do álbum “Accident Of Bith” e pode ser encontrada no CD duplo The Best of Bruce Dickinson.



Na turnê de divulgação do álbum “Brave New World”, o Iron Maiden levou para os palcos um grande homem de palha com o rosto do Eddie. Geralmente o “Wicker Man” era apresentado quando a banda executava a faixa “Iron Maiden”, mostrando de forma artística e curiosa esse ritual bizarro por muitos esquecido.
Confira a aparição do “Wicker Man” no Rock In Rio de 2001:


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