segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Nirvana - A História Da Canção Polly



Polly é uma música lenta, melódica e que chega até certo ponto acalmar seu ouvinte, porém a canção composta inicialmente por volta de 1988 por Kurt Cobain trata-se sobre um crime horrível.

A faixa descreve o sequestro, tortura e estupro de uma jovem de 14 anos em Tacoma Washington no ano de 1987. O fato aconteceu quando a jovem aceitou uma carona de Gerald Arthur Friend depois de um show de Punk Rock. Ele a estuprou e a torturou repetidamente  usando um maçarico, um chicote, cera quente e uma gilete, enquanto a menina estava amarrada a uma polia suspensa no teto de sua casa móvel. A garota escapou pulando de seu caminhão em um posto de gasolina. 



Kurt Cobain ao ler essa notícia ficou impressionado com a força da garota que tinha tudo para desistir da vida, porém se aproximou emocionalmente do sequestrador até o ponto de engana-lo e fugir, mostrando o poder do instinto de sobrevivência. Na canção Kurt narra a história pelo ponto de vista do maníaco, por isso a simbologia do papagaio é usada, "Polly wants a cracker" ( "Polly quer biscoito" em inglês), remete ao modo como os donos de papagaios se referem a suas aves de estimação em inglês. Note o trocadilho com o nome da vítima "Polly" ao nome comum dado a papagaios em inglês "Paulie" assim como o "Louro" no Brasil. O verso evidencia com clareza  a situação da vítima aprisionada, assim como o papagaio na gaiola, e também  o fato dela não ser considerada uma pessoa pelo agressor. Vale lembrar que antes da faixa se chamar Polly originalmente ela tinha o título de "Hitchhiker" (Algo como “Mochileiro”) e depois "Cracker" (Biscoito). 

Acompanhe um trecho de um jornal noticiando o fato:

Júri condena homem por sequestro, estupro e tortura de garota de 14 anos

Tacoma – Gerald Arthur Friend foi condenado pela corte suprema do condado de Pirce por sequestro e tortura seguida de estupro de uma garota de 14 anos.

O promotor Tom Stratton disse nessa terça feira que ele recomendaria uma sentença excepcionalmente longa para Friend, que foi condenado por um ataque similar há vinte e sete anos atrás.

No caso mais antigo Friend foi acusado de sequestro e estupro de primeiro grau, que ocorreu nas últimas horas do dia 5 de junho até a manhã do dia 6 de junho.

O julgamento começou deliberadamente as 9 horas da manhã de terça feira e retornou para a sala  do juiz E . Albert Morrison aproximadamente as 3 da tarde com os vereditos.

Friend, 49 anos, de Lakewood, não demostrou emoção alguma quando os vereditos foram lidos. Uma data da sentença não foi definida, Stratton disse que recomendaria que Friend fosse sentenciado de 60 a 70 anos de prisão, comparado a sentença padrão que é de 8 a 11 anos devido a estrema crueldade do crime, a idade das garotas e os múltiplos incidentes de estupros.

Os oficiais disseram que a vítima era uma fugitiva que aceitou carona de Friend perto do Tacoma Dome depois de um show de Rock na área. Quando a garota tentou sair do carro as autoridades disseram que ela foi algemada e ameaçada por uma faca dentro da casa móvel de Friend.

A vítima testemunhou que Friend a torturou e a estuprou repetidamente com vários objetos em sua casa móvel, ele a vendou e passou o maçarico próximo a sua pele.

A garota contou a corte que ela finalmente planejou escapar do carro de Friend enquanto ele estava parado num posto de gasolina perto de Puyallup...



A canção era pra ter sido lançada no álbum  de estreia, Bleach, porém Cobain achava que a faixa não estava condizente com o som grunge  expressado pela banda na época, lançando então a canção dois anos depois no clássico Nevermind.

Em suma, Polly relata o abuso e violência sexual, física e psicológica sofrida por uma menina de 14 anos em Tacoma Washington, seguindo o ponto de vista do estuprador que tratava sua vítima como um animal de estimação. Gostaria de destacar que esse tipo de narrativa não faz nenhum tipo de apologia, muito pelo contrário, pois explica ( assim como num filme ) o lado doente da mente de um psicopata.

Se quiser saber mais sobre essa história, o DVD “Classic Albuns” Nirvana Nevermind apresenta detalhes de estúdio e composição referente a essa pesada canção! 



quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Dia de Ação de Graças e o Black Sabbath



Hoje, 28 de novembro, uma quinta-feira, dia da publicação desta matéria, é comemorado nos EUA o famoso “Thanksgiving” o “Dia de Ação de Graças”. A data é celebrada anualmente toda quarta quinta-feira do mês de novembro e é uma festa de gratidão a Deus, promovida pelos colonos fundadores de Plymouth, no estado de Massachusetts.

Um dos símbolos desta celebração é a Cornucópia. O símbolo  vem da época dos gregos e romanos e significa  “corno da abundância” representando a fertilidade, riqueza e abundância.

 A cornucópia nada mais é que um chifre com frutas, flores e outras guloseimas, com o tempo esse chifre foi substituído por um vaso em formato de cifre feito de barro ou mesmo vime.




 Os antigos puritanos para fugir de uma perseguição religiosa, no dia 6 de setembro de 1620 içaram as velas em um navio chamado Mayflower com destino ao chamado “novo mundo”. Cento e dez puritanos deixaram a Inglaterra numa viagem de 65 dias até chegarem ao continente americano. O primeiro inverno dos peregrinos no novo território foi tão intenso que menos de 50 pessoas conseguiram sobreviver, desta forma os sobreviventes tinham todos os motivos do mundo para agradecer, bem diferente da comemoração atual que praticamente beira a uma festa do consumo, prova disso é a Black Friday que é a queima de estoque feita para a tão rentável noite de “Ação de Graças”.



Mesmo lançado 1972 a canção do Black Sabbath se mantem atual e extremamente necessária, servindo de inspiração crítica para aqueles que  simplesmente ignoram, ou mesmo não conhecem a origem do dia de Ação de Graças.



quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Banda Calibre 38




Formado no final da década de 70 e início dos anos 80 pelo guitarrista carioca Haroldo Fonseca, o calibre 38 foi uma das primeiras bandas de Heavy Metal do país.
Durante muitos tempo a banda caminhou sozinha organizando seus próprios shows, consolidando assim com muito esforço seu nome no cenário carioca. O auge da banda foi entre 83 e 84 onde fez importantes apresentações, uma em especial foi no Circo Voador onde a banda tocou ao lado do Metalmania, banda do  Robertinho do Recife.



O calibre 38 traz um Heavy Metal True cantado em português com uma pegada forte e recheada de visceralidade, sendo destaque por várias vezes  no programa Guitarras da Fluminense FM e também nas páginas da clássica revista Metal! 



A banda lançou apenas um disco auto intitulado que saiu originalmente no formato de vinil. Em 2016 ( anos após o fim da banda) Haroldo Fonseca conseguiu relançar o trabalho em CD numa edição de luxo que saiu pela DIES IRAE, com breve histórico, fotos e faixa bônus. O CD foi vendido em mais de 40 países. 

Após o fim do Calibre 38 Haroldo montou mais 2 bandas, a “Blue's Deluxe” e a “Monstro de Pedra” que também vale muito a pena conferir. Atualmente, além de tocar na cena independente, Haroldo mantém um estúdio chamado “Estúdio Wizard”.




Bandas como o Calibre 38 são impares no mundo da música pesada, e não podem ser engolidas pelas areias do tempo, pois fazer Heavy Metal no Brasil em 1980 ano do início da  N.W.O.B.H.M não é para qualquer um. 

Formação do Debut :
Néo - Vocal 
Haroldo - Guitarra
Miguel Avatar - Baixo 
Celso Brukutu - Bateria 









quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Basttardos: Lançado o novo álbum "Nós Somos O Bando"


O Basttardos lançou, no dia 18 de Outubro de 2019, seu mais recente álbum intitulado "Nós Somos O Bando". Produzido por Alex Campos - também autor de todas as canções -, o disco foi gravado, mixado e masterizado no estúdio "Fil Buc Productions", Rio de Janeiro. Quem assina a capa é Aurélio Lara. 

O trabalho ainda conta com as Participações Especiais de Breno & Theo Campos, filhos de Alex Campos; além do guitarrista Luciano Granja, conhecido músico no cenário nacional por integrar diversos grupos de sucesso, entre eles, os Engenheiros do Hawaii.

Em Setembro deste ano, foi divulgado como prévia o lyric video do single "Livrai-nos do Mal", que pode ser visto através deste link: 

Sucessor do disco "O Último Expresso", de 2015, "Nós Somos O Bando" é o terceiro registro de estúdio do "Basttardos", e faz parte de uma trilogia, iniciada em 2013 pelo debut "Dois Contra O Mundo". O álbum já está disponível em CD Físico e nas Plataformas Digitais.

Confira logo abaixo as músicas que compõem este material:

• Nós Somos O Bando 
• Livrai-nos do Mal Part. Breno & Theo Campos
• O Coveiro
• Ela é Junkie
• Fuck Off!
• Silêncio Após A Morte Part. Luciano Granja 
• Homem do Campo

Tempo Total (33:35)

Ouça a seguir, via Spotify:



segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Rock em quadrinhos



O Rock/Metal junto as suas inúmeras vertentes, consegue atingir de forma diferente vários públicos, influenciando e servindo de inspiração para inúmeros nichos artísticos, dentre eles as famosas HQ´s.

Mesmo que simbolicamente, tanto o Rock/Metal quanto os populares “Gibis” acabam tratando dos mesmos temas como honra, vingança, maldade, histórias hilárias e até mesmo temas profundos e eruditos. Seja de forma direta ou indireta, essas duas linhas culturais se cruzam com bastante frequência, desta forma,  como ávidos “nerds” que somos, traremos aqui nesta matéria  alguns ótimos e curiosos exemplos dessa bela amálgama.

A primeira vez que vi o mundo do Rock/Metal nas páginas dos quadrinhos foi através de uma HQ do Kiss. 

Escrita por Steve Gerber e com as histórias desenhadas por Sal Buscema, Al Milgrom, Alan Weiss, John Buscema e Rich Buckler, a Marvel Comics Super Special # 1 – Kiss trazia a banda de Paul Stanley e Gene Simmons enfrentando o maléfico Mefisto e Dr. Destino.


Um fato que não posso deixar de citar em relação ao lançamento desta histórica HQ, fica por conta da mistura do próprio sangue dos músicos à tinta vermelha de impressão dos primeiros exemplares da revista. A propaganda foi tão forte que acabou servindo de pretexto para acusarem o Kiss de satanista.


Outro grande exemplo da mistura entre Rock/Metal e quadrinhos  fica por conta dos Ratos de Porão com a clássica RDP COMIX. 

Lançado originalmente na década de 1990, a HQ desenhada por Francisco Marcatti trazia adaptações das canções dos Ratos e também suas desventuras, todas muito bem desenhadas e roteirizadas. 


Outra banda nacional que se aventurou no mundo dos quadrinhos foram os Raimundos. O cartunista Angeli em 1996, usou a letra da canção “Puteiro em João Pessoa” lançado no debut do grupo para compor a HQ. O quadrinho foi lançada no box “Cesta Básica” e vinha, além do quadrinho, um CD e um VHS da banda.  



Ainda em águas nacionais não posso deixar de citar a HQ do Dorsal Atlântica. Escrito e desenhado pelo próprio vocalista da banda Carlos Lopes, o quadrinho traz a biografia da Dorsal narrando acontecimentos históricos e fatos que moldaram a carreira desta que é uma das mais importantes bandas do Metal nacional.


Com base no jogo mobile “Legacy of the Beast”, os Ingleses do Iron Maiden lançaram uma HQ onde Eddie (mascote da banda) luta em mundos inspirados nas capas dos discos da Donzela. Apesar de inúmeras knock-offs terem surgido ao longo das décadas, esta foi  a primeira vez que Eddie apareceu oficialmente numa história em quadrinhos.


Um outro exemplo do Iron Maiden no mundo dos quadrinhos é a escolha do artista Tim Bradstreet para compor a arte da capa do disco “A Matter of Life and Death”. Tim desenha há anos títulos famosos como Hellblazer e The Punisher. O Maiden também usou o formato de uma HQ para estampar a capa e o encarte do single “El Dorado” do disco “The Final Frontier”.


Outra banda de Heavy Metal que teve seu mascote nas páginas dos quadrinhos foi o Megadeth. Dave Mustaine colaborou com a Chaos! Comics na criação de uma HQ chamada Cryptic Writings of Megadeth, apresentando adaptações das letras das músicas do disco homônimo.


Farei adiante uma lista com vinte canções onde personagens de quadrinhos são homenageados por bandas de Rock/Metal, porém antes gostaria de falar em particular da banda Paulista MindFlow e também do cartunista Brasileiro Marcio Baraldi:


MindFlow

O MindFlow em seu disco "Mind Over Body" de 2005, traz um encarte extra no formato de HQ chamado: “Follow Your Instinct Comic Book”, que transforma o espectador em peça chave de um quebra-cabeça psicológico e complexo.

O encarte em formato de HQ é muito bem desenhado  e traz a letra da oitava faixa do disco que conta a história de um assassinato e a mesma esconde um ARG* sobre o tema.  

* ARG é um jogo de realidade alternativa (em inglês: alternate reality game, ou ARG) é um tipo de game eletrônico que combina as situações de jogo com a realidade, recorrendo às mídias do mundo real, de modo a fornecer aos jogadores uma experiência interativa.
Os ARGs envolvem os jogadores nas histórias, encorajando-os a explorar a narrativa, a resolver os desafios e a interagir com as personagens do jogo. Este tipo de jogos desenvolve-se a partir de sites, e-mails e telefonemas, entre outros meios de comunicação comuns.




Marcio Baraldi 

Um personagem famoso que fez parte durante muito tempo das revistas especializadas em Rock/Metal do país foi o divertido Roko Loko. Criado em 1996 pelo ilustrador Marcio Baraldi, Roko Loko junto de sua namorada Adrina-lina contracenam nas HQ´s com bandas de verdade aprontando confusões inimagináveis, todas através do prisma cativante do Rock´N´Roll. Vale lembrar que Roko também é o personagem principal do primeiro game de Rock a ser lançado no Brasil, o game para PC “Roko-Loko no castelo do Ratozinger”.

Dividido em três fases, o jogo mostra Roko-Loko entrando no Vaticão, castelo do cruel Ratozinger ( uma ratazana religiosa ultraconservadora que odeia  rock e sexo), para resgatar sua bela Adrina-Lina e outros roqueiros famosos, dentre eles: Eddie (o mascote do Iron Maiden), Rob Halford, Ozzy Osbourne, Gene Simmons e King Diamond. Para libertá-los, Roko tem que enfrentar aranhas, morcegos, caveiras, crocodilos e lava vulcânica, retirar as guitarras presas em bigornas até o desfecho final onde  trava uma batalha com Ratozinger, jogando-o aos crocodilos e libertando por fim sua amada.


Antes de partimos para nossa lista final, abrirei “aspas” para citar o grupo “Queen”. O nono álbum da lenda Queen foi totalmente composto como trilha sonora para o filme “Flash Gordon”. Ao contrário da maioria dos álbuns de trilha sonora, o áudio do filme é usado de forma proeminente nas músicas.



Com certeza deve existir várias bandas e HQ´s que trazem essa mistura entre o  Rock/Metal e quadrinhos, portanto, você leitor que lembrar ou souber de algum grupo ou HQ não mencionada nessa matéria, deixe nos comentários que faremos uma atualização deste texto ou mesmo uma parte dois desta matéria. Bom, dito isso vamos para nosso top 20:

01 - Iced Earth - Disco Dark Saga (Spawn) 



02 - Paul McCartney & Wings - Magneto And Titanium Man ( Magneto e Titanium Man) 




03 – Celtic Frost - The Usurper (Conan)



04 – Voivod - Batman ( Batman)




05 -  Joe Satriani - Surfing With The Alien ( Surfista Prateado)




06 - Anthrax - "I Am the Law" (Judge Dredd)




07 - Rotten Pieces - Hell Soldier (Spawn)




08 - Entombed - Wolverine Blues (Wolverine)




09 - Ramones – Spider Man (Homem Aranha)




10 – Drakkar - Under the Armor  (Homem de Ferro)



11 – RPM - Surfista Prateado  (Surfista Prateado)



12 – Garotos Podres - Batman  (Batman)




13 – Nenhum de Nós - O que Clark Kent não viu (Superman)



14 – Ronnie Von- De como meu herói Flash Gordon irá levar-me ( Flash Gordon) 



15 - The Traits– Nobody loves the Hulk  (Hulk)



16 - Sensational Alex Harvey band – Sgt. Fury  (Nick Fury)



17 - The Fever – Superman  (Superman)



18 - Incubus Succubus – Vampirella  (Vampirella)



19 -  Spin Doctors – Jimmy Olsen´s Blues  (Jimmy Olsen)



20 -  Suicide – Ghost Rider  (Motoqueiro Fantasma)



Bônus:

Lee Jackson - Era dos Super Heróis 






sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Guns N' Roses - Como morreu a noiva no clipe November Rain?



Lançado em junho de 1992,“November Rain” é o décimo primeiro single do Guns n' Roses . A faixa escrita por Axl Rose veio sendo trabalhada aos poucos pelo vocalista desde 1983 e teve sua letra inspirada na  relação do frontman com sua ex - esposa Erin Everly.



“November Rain” foi o décimo terceiro clipe mais caro da história. Com uma produção impecável e uma história envolvente, o vídeo acabou tornando-se o mais popular da banda e junto com sua popularidade uma dúvida passou a fazer parte da “mística” deste lindo clipe. 

“November Rain” traz um Axl triste, um belo casamento, uma bem filmada tempestade e do nada o velório da noiva . A dúvida que se arrastou foi:  Como morreu a noiva no clipe de “November Rain”? Para entendermos essa questão primeiro temos de compreender a origem criativa deste vídeo clipe.

Poucos sabem ( apesar dessa informação aparecer no final do clipe), mas o vídeo em questão é baseado num conto  escrito por Del James chamado “Without You”. O conto foi publicado no livro “The Language of Fear” e narra a história de um rockstar chamado Mayne que era extremamente apaixonado por uma jovem chamada Elizabeth.


Resumo de “Without you” 

Durante uma turnê, o musico Mayne pede para que sua namorada Elizabeth o encontre num local próximo onde sua banda iria fazer um show, porém, a moça quebra o coração do rapaz dizendo que não poderá ir a seu encontro, fazendo com que ele ficasse deprimido. O problema é que devido a isso  o musico acaba saindo para farrear com umas groupies, o que ele não imaginava era que Elizabeth estava preparando uma surpresa, indo visitá-lo no hotel com sua bagagem durante a noite.

Ao ver seu amor na farra, Elizabeth sai correndo desesperada e desaparece. Sentindo-se culpado e submerso em sentimentos, Mayne escreve uma canção para Elizabeth chamada “Without You”(Sem você).

Depois de longos meses tentando ligar para sua garota sem obter resposta, preocupado e sem opções, Mayne decide ir pessoalmente até a casa de  Elizabeth.

Ao chegar ele escuta o barulho de um disparo, estava feito, ao entrar o musico se depara com Elizabeth morta, ela acabara de tirar sua vida com um tiro na cabeça.

“... Ele encontrou Elisabeth no sofá, sangrando profundamente, a maior parte da cabeça salpicada na parede atrás dela. Na mesa de café na frente dela, borrifada de sangue estava uma caneta esferográfica e muitas bolas de papel amassado com coisas escritas. Ele ficou destruído perante o corpo dela. Como isso pôde ter acontecido? Tudo que ele sempre fez foi amá-la. Arrasado, ele foi devagar até o aparelho de som. Um CD com o single "Without you" estava programado para repetir.” ( Trecho do conto "Without you")

Chocado, arrependido e emocionalmente descontrolado, Mayne senta -se ao piano e decide tocar “Without you” , porém, o cigarro tragado por ele cai sobre o tapete iniciando um incêndio. Totalmente depressivo e irredutível, Mayne decide não sair dali até terminar de tocar a canção, morrendo em meio as chamas .

“...Ele tomou coragem e começou a tocar "Without you". O espesso carpete rapidamente se transformou nas paredes do inferno como se uma gigantesca onda de fogo subisse e espalhasse-se ao redor do piano. Ele não poderia se importar menos. As chamas engoliram o apartamento. Mayne nunca gritou e nunca esqueceu uma nota.” ( Trecho do conto "Without you")

Praticamente esse é o enredo do clipe, claro que sem os detalhes do conto de Del James. Desta forma podemos afirmar que a noiva se matou com um tiro na cabeça no clipe de “November Rain” e isso pode ser notado num pequeno detalhe apresentado aos 07:21 minutos de vídeo.

Reparem que a câmera dá um close no caixão com a noiva, apesar de ser rápido podemos notar que tem um espelho dividindo o corpo da mesma, esse espelho faz parte de uma técnica funerária usada quando os familiares querem um velório de caixão aberto mesmo o corpo do morto não estando em condições satisfatórias, o espelho é colocado no meio do caixão, refletindo o lado mais “saudável” do morto, escondendo o lado deformado, essa técnica é comumente usada em casos de tiro na cabeça. (confira a imagem) 



A trilogia

Esse detalhe junto a inspiração no conto de Del James responde a questão inicial deste texto explicando como morreu a noiva no clipe “November rain” , porém, o vídeo também faz parte de um outro fato interessante e curioso. Tanto o clipe de “November Rain” ,quanto o de “Estranged” e “Don’t Cry” foram feitos para serem uma trilogia conceitual.

Apesar da banda não ter conseguido explorar comercialmente essa ideia , portanto não oficializando a trilogia, tanto Axl quanto seu produtor já deram entrevistas assumindo essa ideia. O que foi confirmado é que os três clipes são inspirados no conto "Without You" mencionado anteriormente, que por sua vez é inspirado na vida de Axl Rose, desta forma os três clipes são sim inspirados na vida do vocalista e trazem uma sequência logica, vamos a elas:

O clipe de “November Rain” traz Stephanie Seymour ( namorada de Axl na época), no papel da noiva suicida, que morre deixando Axl deprimido.

Em “Estranged” o vocalista não vê sentido em continuar com a vida devido sua perda e decide se matar, Axl pula do transatlântico e acaba morrendo, mesmo com seus amigos tentando salva-lo.  Mas os golfinhos (que são guias espirituais) o salvam espiritualmente, tanto que no fim ele aparece vivo, sendo resgatado por um helicóptero. 





Já em “Don’t Cry” Axl reencarna começando uma nova vida.


Conclusão

 "Don’t Cry"  revela a verdade sobre a história dos clipes. Axl aparece fazendo um piquenique no cemitério junto a mulher que morre em “November Rain”, porém sua esposa aparece viva em uma limusine e o vê no gramado. Isso  significa que ela não morreu e que Axl apenas teve um sonho em "November Rain", por isso no começo do vídeo aparece o vocalista tomando remédios para dormir e quando finalmente ele consegue, inicia-se  o clipe com a banda no teatro, o casamento, a festa e por fim a morte de sua esposa, então ele acorda do estranho pesadelo suando e respirando fundo. "Don’t Cry"  também mostra Axl fazendo terapia para se livrar da dependência do remédio que tomava em "November Rain". 


"Estranged" mostra a crise de abstinência que faz Axl se jogar do navio. Se notarmos no final aparece o vocalista do lado de um golfinho junto a frase: “Lose your illusions”. Ou seja, tudo era só uma ilusão de sua mente.


Realmente é muito rico e complexo a história destes três clipes, ainda mais levando-se em conta as inspirações externas e acontecimentos reais narrados durante os vídeos, como por exemplo em  "Don't Cry" onde em uma cena Axl aparece brigando com a Stephanie portando uma arma. Isso aconteceu de verdade, Axl tentou se matar e foi impedido por sua namorada.

Em suma, vale muito a pena ver e rever esses vídeos através dessa ótica, pois mesmo não sendo essa trilogia um acontecimento oficial, ela foi sim composta com esse propósito e gravada com  o mesmo intuito, porém, sem o marketing explorar seu conceito devido sua complexidade criativa.