quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Heavy Metal: quando o estilo ganha traços acadêmicos


O Heavy Metal passou por vários momentos conturbados e por vezes injusto. Já tentaram até proibir o estilo, acusando-o de subversivo, demoníaco, pervertido, degradante e burro. Porém, com o passar do tempo, esses pensamentos e acusações foram se transformando em algo totalmente oposto.
 A riqueza artística e expressiva figurada através do Heavy Metal consegue unir de forma criativa música, literatura, poesias, filosofias e ciência. O estilo várias vezes trouxe aos palcos fatos históricos e acontecimentos importantes da humanidade, transformando seus discos e shows em verdadeiras aulas. Claro que as bases usadas para isso são bem concretas, tanto que importantes músicos como Tony Iommi (Black Sabbath), Brian May (Queen), Bruce Dickinson (Iron Maiden) e Mick Jagger (Rolling Stones), além de vários outros, carregam juntos no currículo acadêmico, formações que vão desde ciências contábeis até astrofísica.
Desta forma, o Rock/Metal consegue abordar temas complexos através de uma ótica mais “palpável”, aguçando a curiosidade de alguns e enriquecendo o conhecimentos de outros. Junto a este prisma, muitos fãs acabam se influenciando e usando o estilo como temas em seus trabalhos de conclusão de curso. Os famosos “TCCs” (que são trabalhos acadêmicos de caráter obrigatório que serve de avaliação final de um curso superior), algumas vezes trazem como tese assuntos referentes a nosso vasto mundo do Rock/Metal, então hoje citarei aqui alguns deles, deixando no final da matéria um link para o download de todos os trabalhos citados:
“Culturas negra e indígena no Heavy Metal nacional”
William Castilho de Moraes
 Licenciado em História pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo UNISAL – Lorena/2015
Resumo:
Com esta pesquisa pretendemos explorar a importância da influência da música brasileira para a renovação do heavy metal mundial. A partir das composições das bandas Angra e Sepultura, que utilizaram elementos musicais de origem nacional, tanto na incorporação de instrumentos quanto no trato melódico, além de temática histórica relativa aos povos indígenas e africanos nas letras, trataremos de considerar as contribuições que estas bandas trouxeram para este estilo musical de alcance internacional. Procuraremos entender como a cultura brasileira é divulgada e valorizada pela presença de produções musicais nacionais num universo artístico específico, privilegiado pelas produções internacionais.

“O Rock Underground em Florianópolis: entre a indústria cultural e a resistência”
Maria de Fátima Bernadete de Souza
 Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, orientado pela Profª Drª Vania Maria Manfroi. Florianópolis 2014
Resumo:
 Neste trabalho investigamos a história do rock, não apenas enquanto gênero musical, mas enquanto um movimento, que se espelha na realidade social e também faz o contrário, evidenciando em suas composições os valores, os desafios, os questionamentos, dentre outras questões, desta realidade na qual se insere. Articulamos a trajetória do rock no contexto mundial, nacional e local, com os aspectos históricos, sociais e culturais mais marcantes, de acordo com nossa pesquisa bibliográfica e das informações adquiridas através dos sujeitos entrevistados.
Desta forma, destacamos que a metodologia utilizada tem por base a pesquisa bibliográfica, a entrevista coletiva, o registro e a observação participante. O rock possui diversas vertentes e configurações, por isto, neste trabalho, utilizamos o recorte do rock underground para pensar experiências de resistência ao status quo e à dominação da indústria cultural. Desta forma, utilizamos a ideia de cena underground para analisarmos a sociabilidade e interatividade que possibilita espaços de reflexão àqueles que dela participam.
Fizemos uma aproximação com o debate sobre indústria cultural, ainda que de maneira muito introdutória, mas que nos possibilitou uma reflexão acerca do rock enquanto movimento que surgiu da oposição à dominação hegemônica, mas que em sua caminhada histórica e social, vive na linha tênue entre a resistência e a transgressão, e a absorção pela indústria cultural.
Considerando o poder contestatório do rock, buscamos conciliar o debate com a formação em Serviço Social, profissão esta que busca compreender e analisar a realidade, para nela intervir, entendendo que esta discussão pode contribuir para uma apreensão crítica do contexto político, histórico, social e cultural em que vivemos.

“O Rock Brasileiro e suas origens”
Vitor Placucci Vizzotto
 Trabalho realizado e apresentado sob a orientação do Professor Alexandre Ogata, da disciplina de Inglês.
 Introdução:
Relatarei sobre a história do Rock ‘n Roll e o Rock no Brasil e como que se “firmou” em um país onde o que é popular são estilos, samba, rap, música popular, etc. Também irei tratar de uma dúvida comum entre os amantes do Rock no Brasil, por que o Rock não cativou os brasileiros da mesma fora que os países ditos desenvolvidos?

“Mulheres no Rock: por que ainda somos tão poucas?”
 Fabiana de Paula
 Trabalho de conclusão do curso pós graduação em Mídia, Informação e Cultura produzido sobe orientação do professor doutor Alexandre Barbosa
 Resumo:
Este artigo contempla o sexíssimo como um dos motivos da discrepância no número entre homens e mulheres no Rock, com base em referencias teóricos de Pierre Bourdieu, Simone de Bourdieu e Stuart Hall, analise de reportagens que relatam ocorrências de preconceito de gênero nesse cenário e entrevistas com musicistas Brasileiras que relatam os casos de machismo que enfrentam ao longo da carreira.

“Visualidade do Punk Rock”
Melissa Crocetti
 Monografia apresentada no curso de pós-graduação em Poéticas Contemporâneas no Ensino da Arte, como requisito para obtenção do grau de especialista.
Pretendo com o estudo das capas dos encartes de alguns discos do movimento punk rock verificar se havia compatibilidade entre o que pregava ideologicamente o punk rock e as capas dos encartes. Esta análise deve ser feita em dois sentidos: a averiguação da existência de uma relação política entre o movimento e os encartes que datam da época, em um primeiro momento, e posteriormente levando em consideração o estudo da semiótica.
Além desses TCCs citados, consegui encontrar alguns outros trabalhos muito interessantes como por exemplo um ensaio chamado “I am”: o Verbo encarnado nas canções de Be, do Pain of Salvation de Jaqueline Pricila dos Reis Franz, e “Analise iconográfica e iconológica do álbum LP The Number Of The Beast da banda inglesa Iron Maiden 1982 de Cristian Machado. Lembrando que se quiser ler estes trabalhos na integra, além de todos os Tccs citados nesta matéria, é só entrar no link abaixo e fazer o Download.

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