quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A MORTE DE PAUL McCARTNEY




Existem varias lendas em torno do rock, uma das mais famosas é sobre a morte de Paul McCartney, muitos acreditam que isso é um fato (e confesso que eu também), então hoje voltarei para o ano de 1966 para falar um pouco sobre a “lenda” da morte de Paul McCartney dos Beatles.

Em meados de 1966 pouco tempo depois da gravação do álbum REVOLVER, os Beatles simplesmente param de excursionar alegando ser muito difícil reproduzir ao vivo os arranjos cada vez mais complexos, nesse mesmo momento Paul McCartney sofre um acidente sem “gravidade”. Muita desconversa rondou esses “boatos” na época, e acabou por dar margem a “lenda” da morte de Paul.

Segundo a "lenda"a data da morte de Paul seria 9 de novembro de 1966, as 5 horas da manhã numa quarta feira, o acidente teria acontecido em um cruzamento e Paul teria morrido na hora, uma rádio noticiou o acidente e a morte de Paul, porem os Beatles abafaram a propagação da noticia.

 Os Beatles estavam no auge e a morte de um membro importante poderia acabar com tudo, então o empresário da banda decidiu recrutar um sósia para substituir o Beatle morto, o sósia tinha sido duble de Paul nas filmagens de “A Hard Day’s Night” e “HELP”, segundo os envolvidos nas filmagens o sósia era idêntico a Paul, o tal sujeito seria um anglo- escocês chamado Willian Campbell (algumas fontes dizem que ele se chama Billy Shears).

Existem varias pistas nos próprios discos dos Beatles que sugerem a morte de Paul, como se os membros se sentissem incomodados perante a farsa e por não poderem falar abertamente sobre isso, decidiram colocar “pistas” nos álbuns.

PISTAS :


Sgt. Pepper`s Lonely Hearts Club Band:

- Podemos notar na capa que a cena se trata de um enterro, reparem na expressão das pessoas e nas flores típicas de um funeral.


-Um arranjo de flores com o formato do baixo Hofner usado por Paul pode ser visto, alias o baixo esta virado para a direita, uma menção clara a Paul já que ele era canhoto, o baixo também tem 3 cordas uma referencia aos Beatles que agora não eram mais um quarteto.



- A capa também traz outro arranjo que aparentemente trás escrito Beatles, porem se repararmos bem esta escrito “Be At Leso” (Esta em Leso), Paul segundo a lenda teria sido enterrado na ilha de Leso.



-Sobre a cabeça de Paul tem uma mão estendida, em algumas culturas isso representa um tipo de benção para os mortos.



- Uma boneca na parte direita da capa trás em sua mão um carro de brinquedo, o carro seria do mesmo modelo em que Paul foi morto.



-Uma estatua de Shiva também está presente no cenário, Shiva é o Deus hindu da morte.


-Se colocar um espelho horizontalmente bem no meio da escrita “Lonely Heart” do bumbo da bateria e olhar a combinação da parte de cima das letras com o reflexo surge a frase one he die.outras interpretações sugerem lermos a frase como sendo I One IX He ^ Die, O significado surge da conexões de "I One"  (Onze) ,"IX" (nove em numero romanos), e  He Die,Isso revelaria a data da morte de Paul. 




-Em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, "so let me introduce to you the one and only Billy Shears", ou ("então deixa-me apresentar a vocês o primeiro e único Billy Shears"), o suposto sósia de McCartney.

-Em "With A Little Help From My Friends". Antes da canção começar só se ouve um coro apresentando Billy Shears, referindo-se a o sósia.

-Em "Within You Without You", "we were talking about the space between us all and the people who hide them selves behind a wall of illusion never glimpse the truth then it's far too late when they pass away", ou ("nós estávamos falando sobre o espaço entre todos nós e as pessoas que se escondem atrás de uma parede de ilusão nunca vislumbram a verdade quando é tarde demais quando elas morrem") é outra citação a morte.

-Em "Good Morning Good Morning", "nothing to do to save his life" ou "nada pode ser feito para salvar sua vida". "People running around it's 5 o'clock.." ou "Pessoas andando em volta às 5 da manhã" (a hora do acidente de Paul).

-Em "A Day In The Life", "he blew his mind out in a car, he didn't notice that the lights had changed", ou ("ele estourou a cabeça em um carro, ele não percebeu que o sinal tinha mudado"), outra pista sobre a morte de Paul.


-Este fato é extremamente interessante: na contracapa do álbum, na foto dos Beatles, além do famoso detalhe que mostra Paul virado de costas para a câmera, pode-se notar George Harrison apontando o dedo indicador direito exatamente para a frase de "She´s Leaving Home", que diz "Wednesday morning at five o´clock as the day...". Dia da semana e hora da suposta morte do Beatle.


Revolver:



-Ao invés de uma foto dos Beatles, pela primeira vez foi feito um desenho para evitar que o sósia fosse desmascarado pela foto.

-A música "Taxman" seria, na realidade, sobre um Taxidermista, pessoa responsável por empalhar animais mortos e fazer parecer que eles ainda estão vivos. Na letra há referências ao acidente de Paul ("if you drive a car", "se você dirige um carro") e ao fato de Paul estar morto ("if you get too cold", "se você ficar frio"). A melhor pista é "my advice to those who die -taxman..", ou seja "meu conselho para aqueles que morrem, um taxidermista" (para que o morto continue parecendo vivo).

-Em "Eleanor Rigby", Father McKenzie seria na realidade Father McCartney, note a semelhança entre os nomes. Na letra consta "Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave" ou seja "padre McKenzie (Paul McCartney) limpando a sujeira de suas mãos após sair (voltar) do túmulo".

-Na letra de "She Said She Said": "she said I know what it's like to be dead" ou "ela disse: 'eu sei como é estar morta'."

-Dr. Robert teria sido o médico responsável por tentar salvar Paul. Na letra consta: "you're a new and better man" ou "você é um homem novo e melhor" se referindo ao novo Paul. "He does everything he can, Dr. Robert" ou "Dr Robert faz tudo o que pode fazer" se refere ao fato de Dr Robert ter feito todo o possível para tentar salvar Paul.


 Magical Mistery Tour:



-Paul está vestido de leão marinho, um símbolo da morte em algumas culturas.

-Se você olhar a capa do disco em um espelho, as estrelas onde está escrito "Beatles" formam um número de telefone. Quando se ligava para este número, na época em que o disco foi lançado, ouvia-se a mensagem "You're getting closer" ("você está chegando perto"). Na realidade, tratava-se de uma menina bem humorada que havia aderido à brincadeira sobre a morte de Paul.

-No livro que vinha junto com o disco, em sua versão original, havia uma foto dos Beatles, cada um com uma rosa na lapela. Todos tinham rosas vermelhas, a não ser Paul, que usava uma rosa preta.

-Ainda no livro, em todas as fotos Paul está descalço (os mortos são enterrados descalços).

-Na foto central do encarte, na pele de resposta da bateria de Ringo está escrito "Love 3 Beatles", lembrando que os Beatles agora são apenas 3.

-No desenho dos Beatles, presente no interior do álbum, Paul aparece com o gorro cobrindo parcialmente seu rosto, além de estar com os olhos fechados. É curioso também que a poeira de estrelas que os rodeia forma uma espécie de auréola sobre a cabeça de McCartney.

-Ouvindo "I Am The Walrus" (lembre-se que Paul é o leão marinho da capa) surge a mensagem "oh untimely death" ou "oh morte prematura". A frase aparece sem a necessidade de inversão da música junta com muitas outras ao final da música, incluindo: "bury my body" e "what, is he dead?" Estas frases fazem parte de uma execução via rádio da peça King Lear de Shakespeare. Lennon as utilizou na edição com propósito desconhecido... talvez a razão possa ser encontrada se forem verificadas as palavras postas anteriormente em "Paperback Writer", que dizem "...It's based on a novel by a man named Lear..."

-Ao final de "All You Need Is Love", você pode ouvir John dizendo algo semelhante a "yes! he is dead!" O que Lennon realmente fala é "She loves you, yeah, yeah", referindo-se à tradicional canção da primeira fase dos Fab Four.


"Magical Mystery Tour" seria a jornada a que todos os fãs de Paul iriam percorrer para decifrar o enigma de sua morte.



The White Álbum:



-Em "Glass Onion": "I told you about the walrus and me-man/you know that we're as close as can be-man/well here's another clue for you all/the walrus was Paul" ou “eu falei sobre a morsa e eu/você sabe o quanto éramos próximos/aqui vai mais uma pista pra vocês todos/a morsa era o Paul.” O final um tanto quanto sombrio, na qual a música corta repentinamente dando continuidade as mensagens subliminares, e é orquestrada por George Martin.

-Em "I'm So Tired", ao ouvir o trecho final da música ao inverso, surge claramente a voz de John Lennon dizendo "Paul is a dead man, miss him miss him."

-Em "While My Guitar Gently Weeps",  os gemidos de George no final da música seriam lamentações pelo amigo: "Oh, Paul… Paul… Paul…"

-Na frase “sorry that I doubted you, I was so unfair, You were in a car crash and you lost your hair”, ou ("eu lamento ter duvidado de você, eu fui tão injusto, você sofreu um acidente de carro e perdeu o seu cabelo'') é outra citação.

-A música "Revolution #9" seria sobre a morte de McCartney (o sobrenome tem 9 letras). "My fingers are broken and so is my hair" ou "meus dedos estão quebrados e meu cabelo também". Ao ouvir o verso "number nine" ao contrário, surge a mensagem "turn me on dead man" (me transformar em homem morto). Ainda ao contrário, podem-se ouvir outras pistas, incluindo "Let me out!" (Deixe-me sair). Seria McCartney gritando para sair de seu automóvel?


-Nas fotos colocadas em várias partes do álbum duplo algumas curiosidades. Paul em uma banheira, com a cabeça para fora da água dando uma impressão assustadora de decapitação. Paul entrando em um trem ou em um ônibus e duas mãos "fantasmagóricas" prontas para levá-lo para o "outro lado" podem ser vistas atrás dele. Nas fotos em close dos 4 integrantes a de Paul revela a cicatriz da cirurgia plástica de Willian "Billy Shears" Campbell para aperfeiçoar sua semelhança com Paul. Mas obviamente a cicatriz faz parte do pequeno acidente de moto que Paul sofrera, cicatriz responsável também pelo bigode em Sgt Pepper's.



Yellow Submarine:



-Na capa, aparece novamente uma mão aberta sobre a cabeça de Paul.

-O submarino na capa se assemelha a um caixão enterrado sobre a montanha.

-Em "Only A Northern Song": "and it told you there's no one there" ou ("e ele disse que não há ninguém lá."). Referência ao Paul não estar mais com os três Beatles restantes.


Abbey Road:



-Na capa com os Beatles atravessando a rua, Paul está com o passo trocado em relação aos outros, é o único fumando e está descalço (os mortos são enterrados descalços), além de estar com os olhos fechados.

-Lennon, de branco, representaria Deus ou Jesus Cristo; Ringo, o agente funerário; Paul, o cadáver e George, o coveiro.

-O cigarro que Paul segura está na mão direita. o Paul verdadeiro era canhoto, estaria com o cigarro na outra mão.

-A placa do fusca branco estacionado na rua que é chamado de "Beetle" é "LMW" referindo se as iniciais de "Linda McCartney Widow" ou "Linda McCartney Viúva" e abaixo o "281F", supostamente referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo.

-Na letra de "Come Together", "one and one and one is three" ou "um mais um mais um são três", referência aos três Beatles restantes.

-Na contracapa, ao lado direito da palavra Beatles, uma imagem feita de luzes e sombras aparece. Trata-se de uma caveira, claramente, com dois olhos e boca e ao lado esquerdo haveria 8 pontos formando o número 3 (sendo então "3 Beatles").

                                                     
                                                                     




"Paul e Faul"








 Essas “pistas” podem muito bem ter sido um GRANDE golpe de marketing, porem não podemos negar o fato da mudança física e “emocional” de Paul depois do “fatídico” dia. Uma coisa latente pra mim e a mudança de voz de Paul, apesar de ser muito parecida não foge a um ouvido treinado as diferenças, os trejeitos ao tocar também me chamam a atenção pela mudança. 

Sendo verdade ou não, essa lenda é umas das que mais se perduraram, eu particularmente acredito que o Paul realmente morreu, mais sei que muitos discordam da minha opinião, o fato é que essa “lenda” ainda nos trará muitas especulações.





fonte das "pistas" -Wikipédia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Curiosidades: Hellhorse e a Deep Web




A mente humana é bem criativa. Muitas vezes essa nossa criatividade nos leva a interpretações erradas e por vezes ignorantes. Talvez pela falta de conhecimento ou por nossa facilidade em sermos manipulados. É lógico que isso não é uma regra, porem é fato que criamos lendas mentirosas com base em nosso escasso conhecimento sobre o fato.

Sendo assim hoje falarei da desconhecida banda HELLHORSE, onde esse pré- julgamento fez com que a capa de seu álbum “Decade of Dust” fosse ligado a Deep web e pedofilia. 

Pra quem não conhece, a Deep Web é uma parte da internet onde vários sites não são indexados pelos navegadores padrões. A Deep Web é extremamente “maior” que a surface (internet comum). Por ser um território praticamente sem lei, é muito fácil achar paginas com coisas ilegais, entre elas assassinato, estupro, pedofilia e trafico de drogas.

Algumas fotos da Deep Web acabam sendo levadas para a internet comum, porém muitas delas são falsas, como no caso da foto provinda da capa do álbum “Decade of Dust” do HELLHORSE. A foto foi muito propagada na internet como sendo de um fórum da Deep Web destinado a pedofilia. Mas nada disso é verdade! 

Como dito, a foto na verdade faz parte da capa do álbum “Decade of Dust” gravado pela desconhecida banda HELLHORSE. Sabe-se muito pouco sobre esta banda, somente que o álbum foi gravado em 2011 e trata-se, em parte, sobre a antiga lenda alemã de KRAMPUS o anti- Noel.

O natal antes de ser usurpado pela igreja católica era uma tradição pagã e se via imersa às tradições germânicas, sendo assim, Krampus era uma criatura demoníaca existente no folclore alemão que punia as crianças que não se comportavam bem, levando os desobedientes para bem longe de suas casas. Krampus era a contra parte de São Nicolau que presenteava as crianças de bom comportamento.


A capa do disco traz dois homens com mascaras estranhas abraçando um garotinho, logo foi ligado à pedofilia. Devido os homens estarem de mascaras alegavam que eles estavam escondendo a identidade, mais nada disso é verdade.

A realidade é que mesmo depois do domínio cristão sob algumas crenças pagãs, Krampus ainda continuou sendo de grande importância, e por volta de XVII ele foi incorporado em celebrações cristãs em algumas partes da Europa ao lado do nosso querido “papai Noel”.


A foto na verdade apenas retrata uma dessas “celebrações”, porem as características do demônio na mascara do homem soam muito estranhas mesmo, principalmente pra quem não conhece a lenda. Krampus aparece com a enorme língua de fora, carregando correntes e um ramo de graveto nas mãos, se reparar na foto do álbum o homem carrega as mesmas coisas.


Existe muito pouca informação sobre a banda HELLHORSE, apenas musicas e o nome dos membros, nem mesmo o que cada integrante toca é mencionado. As musicas são muito boas, um Black metal ala Celtic frost, tão expressivo quanto à própria lenda de Krampus.

Membros do HELLHORSE:

-Sean Mears      
-Matthew Arrebollo       
-Nathaniel Woiwode




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

TELLUS TERROR - EZ LIFE DV8





Sempre defendi o fato de que discos conceituais engrandecem o Rock/Metal. Montar um conceito seja ele real ou fictício, sempre trás um ar teatral e superior a obra.

 Pra mim é um privilégio ouvir álbuns conceituais nacionais, e hoje com orgulho falarei um pouco sobre o conceito do álbum EZ life DV8 do destruidor TELLUS TERROR .

Tellus terror é uma banda de “M.M.S” definido pelos membros como “Mixed Metal Styles”. Realmente a banda é uma mistura (bem brutal por sinal), de vários estilos “metálicos”, Black Metal, Death Metal, Thrash Metal, Heavy Metal, Doom Metal, Power Metal, Grindcore, Splatter e afins.

A banda traz uma característica forte e pesada que se “entrelaça” quase que poeticamente entre as guitarras, a cozinha faz das bases verdadeiras alquimias musicais, porem quando o vocal entra, somos transportados para o mudo do Tellus Terror, como em uma abdução.

O álbum chama-se EZ LIFE DV8 que se entende por “Easy Life Deviate” (Desvio Fácil da Vida), e conta a historia de como nossa vida e planeta começou, usando como base o conhecimento cientifico de nossa espécie.

O álbum conta como Tellus (planeta terra em latim), se formou. Recitando sobre como ele foi posicionado na galáxia, a banda faz analogias musicais em torno do Big Bang e a adaptação da raça humana no planeta.

A temática traz também nossos conflitos por poder, guerras e egoísmo. Descreve de forma caótica o inferno em que transformamos nosso mundo, destrinchando a ideia de como será o nosso definitivo panorama do fim dos tempos.

O álbum é concluído de forma estridente, a vã continuação da nossa espécie, ou mesmo o fim dos tempos, são na verdade idéias erroneamente interpretadas .

As letras são lindas e magistrais, o Instrumental inspirado sempre traz de fundo lindas melodias de teclado.

 É impressionante como o Tellus Terror conseguiu transmitir para as musicas “Stardust” e “Terraformer” o caos do inicio dos tempos.

A ignorância e ego do ser humano também são muito bem retratados na musica Civil Carnage. A musica cita nossas duas grandes guerras mundiais, e de forma “profética” menciona uma possível terceira guerra, na qual seria realizado com a manipulação do clima.

Uma musica que não posso deixar de falar é a Endtime Panorama, as frases iniciais são marcantes e dão inicio a uma das melhores faixas do álbum:
“Todas as formas de vida foram criadas com o mesmo instinto, para consumir a terra e os outros seres vivos, mas no final todos nos pereceremos, tornando-nos adubo para a nossa pátria chamada TELLUS”


A faixa final do álbum também é muito expressiva. Error traz a idéia de impotência e mostra como a ciência não tem conhecimento suficiente para prever o fim dos tempos. O instrumental é marcante e repleto de teclados muito bem colocados. A musica e carregada de riffs pesados, alem de linhas vocais variadas. Error encerra com grandeza o disco e deixa um gosto tangente de quero mais. 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Savatage - o conceito de "Wake of Magellan" (1998)




Wake Of Magellan” transborda em poesia e navega entre acordes inspiradíssimos e por vezes pesados. O conceito do álbum gira em torno de duas historias reais, porém “culminam” juntos ao tema fictício de Hector Del Fuego Magellan, descendente de Fernão de Magalhães. 
Pra quem não conhece, Fernão de Magalhães foi um navegador português que comandou a expedição que fez a primeira volta ao mundo.

Fernão de Magalhães


As historias reais apresentadas na obra são as seguintes:

01-O incidente com o navio tailandês (Maersk Dubai), onde o capitão mandou jogar ao mar tripulantes clandestinos.

02- A historia da jornalista Veronica Guerin , que por lutar contra o trafico de drogas em Dublin ( capital da Irlanda ), acabou sendo assassinada.

Veronica Guerin é considerada uma verdadeira heroína na Irlanda, pois sem medo denunciou a ligação de gângsteres perigosíssimos com o Irã.


Existe dois filmes baseados na historia de vida de Veronica , são eles:

When the Sky Falls, de 2000, com Joan Allen como "Sinead Hamilton".
Veronica Guerin, de 2003, estrelado por Cate Blanchett como "Veronica".













Busto de Veronica Guerin


Wake Of Magellan começa com uma linda musica instrumental chamada THE OCEAN, faixa que traz o barulho de ondas descrevendo a profunda reflexão do velho marinheiro "Magellan" a beira do mar.
Magellan com 87 anos começa a refletir sobre seu tempo perdido,cansado da vida, resolve navegar sozinho e sem rumo até que o oceano lhe tome a vida.

A próxima canção vem submersa por acordes inspirados de piano, WELCOME literalmente dá ao ouvinte boas vindas ao enredo transportando o mesmo diretamente para o mundo de Maggelan, este que parado em frente ao mar olha para sua ampulheta e pensa no tempo perdido devido sua entrega a navegação, lembra de seus amigos perdidos e na família que nunca conseguiu formar.

Com harmônicos criativos inicia-se a linda TURNS TO ME, Magellan esta em um bar tomando  vinho quando uma mulher lhe chama a atenção, os cabelos grisalhos e a pele enrugada descrevem a triste senhora que tentou ser atriz, porém sem sucesso. Magellan não teve coragem de falar com a senhora.

O violão vem saudar a próxima faixa, MORNING SUN descreve Magellan de volta a praia onde relembra sua juventude. Os acordes são de reflexão, visto que Magellan indaga o oceano em relação a deixar de viver ou esperar por mais um atordoante sol da manhã.

O peso toma conta, ANOTHER WAY vem carregado de notas abafadas junto voz rasgada de Jon Oliva. Descreve em paralelo a historia de um garoto sonhador que se cansa da vida medíocre que leva, porém esperançoso anseia por um futuro promissor. O garoto embarca no Maersk Dubai, um navio que ia para a América.

A tensão toma conta da próxima musica, BLACKJACK GUILLOTINE fala de um jovem encontrado morto na praia por Magellan, ao redor do corpo do garoto tinha embalagens com o logo “Blackjack Guillotine”, Magellan descobre que“Blackjack Guillotine” é uma marca de heroína, o jovem morreu de overdose. 

Uma musica sensacional com riifs matadores, descreve com perfeição o sentimento de lamentação de Magellan. Como o mundo pôde chegar a esse ponto? Como um adolescente consegue comprar sua própria morte? A droga foi o presente de aniversario do adolescente.

PARAGONS OF INNOCENCE começa com notas graves no piano, destrinchando com peso os padrões da inocência. O tema descreve à apatia de um dos amigos do adolescente morto em relação ao fatídico acontecimento. No momento em que Magellan cobre o corpo do jovem, um arranjo de flores é trazido pelas ondas do mar, nele estava escrito “Veronica Guerin”, Magellan pensa em dar o arranjo para o garoto, mas não acha justo dar o arranjo de um morto para  outro, porém, Segundo o oceano, a verdadeira dona do arranjo não se importaria, já que ela mesma lutou até a morte para acabar com as drogas.

A musica COMPLAINT IN THE SYSTEM (VERONICA GUERIN) Traz em suas frases iniciais  seqüências sistemáticas, notas executadas de forma programada.
“Tenho uma reclamação do sistema” é dito entre os acordes. Talvez uma analogia as denuncias de Veronica.

UNDERTURE começa com um suave piano e sons de ondas, servindo de base para Magellan que chora a beira da praia. O filho de uma senhora que passava no local indaga sua mãe em relação ao choro do velho, a mãe repreendendo a criança diz: “deixe o senhor em paz menino”. 
Quando eles vão se distanciando as ondas vão apagando suas pegadas, o menino olha pra traz e vê Magellan se levantando, o velho deixa cair sua ampulheta e ela se quebra, fazendo as areia do tempo de Magellan se juntar as do mar.

Chega à hora do “despertar”, a musica WAKE OF MAGELLAN é umas das mais lindas do álbum, e trás a tona os questionamentos do Velho, na letra Magellan demostra sua “crença”:

“Eu acredito no que os profetas disseram, os oceanos guardam seus mortos, mas à noite quando as ondas estão perto eles sussurram, e eu ouço”

O jogo de vozes dessa musica é incrível, representam as vozes dos mortos que o mar abriga. Magellan esta extremamente sem esperanças, principalmente depois de ver o garoto morto, então depois dos questionamentos decide entrar em seu barco e navegar sem rumo até sua morte...

ANYMORE nos leva de volta ao Maersk Dubai, e conta a historia de RODOLFO MIGUEL, que após descobrir que o capitão estava jogando ao mar tripulantes clandestinos, arrisca a própria vida para proteger um que conseguiu fugir aos olhos do capitão, esconde o imigrante evitando assim que ele morresse também.Rodolfo Miguel em seu interior reza a Deus para que os outros jogados ao mar sobrevivam.

Então os falantes recebem um dos melhores instrumentais de guitarra que já ouvi, inspiradíssima THE STORM retrata o momento em que Rodolfo Miguel entra com seu navio em meio a uma tempestade por deveras violenta.

Chega à hora do ponto alto do álbum, e para isso colocarei a tradução completa da linda e emocionante THE HOURCLASS.
A musica é uma narração dos acontecimentos de Magellan em direção ao seu suicídio.

A AMPULHETA 

Em pé sozinho na borda de um rio
Ele trocou sua vida por um copo cheio de lágrimas
A barganha foi rápida para alguém que a vida é menos valiosa
Quando a areia está acabando e o fim está próximo

O fim está próximo
O fim está próximo
O final está

O homem subiu a bordo e partiu para o oceano
Ele colocou no mastro toda vela que ela tomaria
Em seguida, deitou-se sobre o convés debaixo do leme
O navio era o seu caixão, este momento seu velório

Razões fugitivas
Estações fugitivas
O tempo é uma traição
Que eu devolvo para você agora

O vento tocou a vela e o navio se moveu para o oceano
O vento da tempestade definiu o rumo que ela tomaria
De uma viagem para lugar nenhum para uma alma no oceano
Do despertar de Magellan para o velório de Magellan

Razões fugitivas
Estações fugitivas
Tudo nisto
Horas e minutos
Você assume amanhã
Porque isso não significa nada
Para mim
Para mim
Para

Neste ponto Magellan percebe que tem uma pessoa no mar pedindo socorro.

No escuro, ele ouviu um sussurro
Pedindo a ele para entender
No deserto procura por água
No oceano procura por terra

No escuro, ele ouviu um sussurro
Pedindo a ele para entender
No deserto procura por água
No oceano procura por terra

E lá nas ondas
Era um homem em seu túmulo
Que viu na noite
Entre os flashes de luz
E ele
Não poderia estar lá

E tudo o que ele havia orado
Ou tinha dado
Ele agora achou ser errado
Nas garras da tempestade
E ele
Não poderia estar lá

Magellan percebe que esta errado, não é justo ele jogar fora sua vida, pois quando ele se entrega a morte , outros lutam com tudo que tem para se manterem vivos, isso significa esperança. Nem tudo estava perdido.
O jovem que pede socorro tinha sido arremessado do cargueiro “Maersk Dubai” (Espetacular), neste ponto Magellan já não mais desejava a morte, e sim queria a todo custo chegar à praia para que o jovem não morresse.

Você poderia manter a nossa vida juntas
Com segurança de volta para a praia
Você poderia conceder esta última ilusão
Apenas isso e nada mais

Você poderia manter a nossa vida juntas
Com segurança de volta para a praia
Você poderia conceder esta última ilusão
Apenas isso e nada mais

E de repente o céu sangrou seu fogo
A âncora quebrou, as correntes voaram longe
E de repente as ondas ficaram mais altas
E no escuro eu pensei tê-los ouvido dizer

Você poderia manter as nossas vidas juntas
Com segurança de volta para a praia
Você poderia conceder esta última ilusão
Apenas isso e nada mais

Desesperado Magellan ora para Deus pedindo mais uma hora de vida, somente ao ponto de salvar o rapaz.

Tudo o que eu tinha para mais um amanhã
Tudo o que eu tinha para apenas mais uma noite
E se isso não é ser eu rezo poderia me emprestar
Apenas mais uma hora final na minha vida

Alguma vez você realmente quis
Alguma vez você realmente quis

Senhor, diga-me como será
Senhor, diga-me como será

Por fim Magellan chega até a praia e consegue salvar o rapaz, então ele vê sua ampulheta no chão em perfeito estado, consertada e já com areia, o garotinho que o observava chorando a concertou. O navio de Magellan estava à deriva, porem o velho homem sabia agora do valor de sua vida, então ele corre até o bar atrás daquela mulher de cabelos grisalhos e pele enrugada, decidido a aproveitar cada minuto de vida até que o sopro da morte venha buscá-lo definitivamente.

De pé mais uma vez em um barco em um rio
Ele empurra-o enquanto permanece na terra
E vendo a ampulheta agora muito mais clara
Que alguém havia recarregado manualmente

E em algum lugar aquele barco está agora à deriva no mar
O mastro a todo vapor e não há ninguém a bordo
A ampulheta já não fica à beira-mar
Apenas suas pegadas sozinhas na praia
E logo elas não estão mais
Não mais
Não mais


Assim se encerra esse lindo e poético álbum, musicas inspiradas e três historias que formam uma só, WAKE OF MAGELLAN é um dos melhores álbum conceituais já gravados. Inspiradíssimo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

IRON MAIDEN - EMPIRE OF THE CLOUDS




Mais uma vez sou obrigado a fugir do protocolo e falar de um tema recente, e mais uma vez o IRON MAIDEN é o responsável, sim, não posso deixar de falar sobre o novo épico EMPIRE OF THE CLOUDS, esta que tece uma visão histórica em torno do dirigível R101.

O dirigível R101 foi construído no final da década de 20. Coberta pela relva da grandeza, R101 representava o orgulho do império Britânico.

A aeronave era a maior embarcação rígida já construída, com exorbitantes 220 metros de comprimento, foi desenhada para que seus tripulantes tivessem o maior conforto e luxo possível, o papel principal do R101 era fazer viagens distantes como, por exemplo, Índia e Canadá.






Devido a diversas alterações no projeto original, a aeronave demonstrou ter problema de peso, e por mais que os engenheiros tentassem, nada foi resolvido, as inúmeras “soluções” acabavam por deixar a aeronave ainda mais pesada.

A pressão política sobre o Ministro do Ar, Lorde Christopher Thompson, era muito grande devido aos gastos, o fator político decidiu que o R101 faria seu vôo inaugural durante a conferência Imperial de 1930, a pressa fez com que testes em altas velocidades e condições climáticas desfavoráveis não fossem realizados com satisfação. Então em 04 de outubro de 1930 o R101 faz seu primeiro vôo com destino a Karashi.

A musica começa neste ponto, uma linda melodia enche os ares com uma calmaria quase que poética, descrevendo perfeitamente o clima calmo daquela manhã de 1930.

Para cavalgar a tempestade, para um império nas nuvens
Para cavalgar a tempestade, eles subiram a bordo de seu fantasma prateado
Para cavalgar a tempestade, para um reino que virá
Para cavalgar a tempestade, e dane-se o resto... esquecimento

Bruce recita um canto majestoso, como se o próprio céu se curvasse a grandeza daquela aeronave, então a próxima linha musical desenha seu enredo narrando o vôo e seus tripulantes, estes que celebravam a viagem e riam diante a possibilidade da aeronave cair, “uma em um milhão” ironizava a realeza, para a índia o “tapete mágico” deveria seguir.

Realeza e dignitários, Brandy e charutos
Gigante Dama Cinzenta dos Céus
Você os acolhe a todos em seus braços
A milionésima chance, eles riram
De derrubar o dirigível de Sua Majestade
‘Para a Índia’, eles dizem, ‘Tapete mágico, vá voando’
Em um funesto dia de Outubro
A névoa nas árvores
As pedras suam com o orvalho
O nascer do sol, vermelho antes do azul
Pendurado no mastro
Esperando pelo comando
A aeronave de Sua Majestade
O R101

A musica vai ganhando peso e um clima carregado e preocupante, as guitarras e bateria tecem climas mais densos. Ao ponto que enaltece o gigante no ar Bruce recita e antecede a fúria que estava por vir.

É a maior embarcação feita pelo homem
Um gigante dos céus
Para todos os incrédulos
O Titanic cabe dentro
Rufem os tambores, apertem sua pele de lona
Prateada no sol
Nunca testada com a fúria
Com a surra que estava por vir
A fúria que estava por vir

O peso toma conta , como se o peso excessivo do próprio R101 descrevesse sua historia, relembrando com perfeição da tempestade vista a oeste, lamentando pelo ego da tripulação que decide prosseguir mesmo desconhecendo seu “calcanhar de Aquiles”, a força política era gigantesca, medido centímetro a centímetro com a própria marca da aeronave, porem o destino fazia ali sua alquimia.

Reunidos na penumbra
Uma tempestade se levantando a oeste
O timoneiro observou
Em seu equipamento de previsão do tempo
Temos que ir agora
Temos que arriscar nossa chance com o destino
Temos que ir agora
Por um político, ele não pode se atrasar
A tripulação da nave, acordada por trinta horas de trabalho seguido
Mas a nave está em seu sangue, cada músculo, cada polegada
Ela nunca voou a toda velocidade
Um teste nunca realizado
Sua frágil cobertura externa
Seu Aquiles se tornaria
Um Aquiles que ainda viria
Marinheiros do céu, uma guarnição endurecida
Leais ao rei, e ao credo de uma aeronave
Os motores batem
O telegrafo soa
Soltem as cordas
Que nos prendem ao chão

Com uma expressão quase que teatral, Bruce encarna o timoneiro como se vivesse através dos olhos do mesmo, uma parte linda e histórica perfeitamente destrinchada, uma poesia em forma de musica.

Disse o timoneiro ‘senhor, ela é pesada’
‘Ela nunca fará este voo’
Disse o capitão ‘dane-se a carga’
‘Seguiremos nosso caminho esta noite’

As pessoas em terra exclamaram, maravilhadas
Enquanto ela se afastava do mastro
Batizando-se em sua água
De seu lastro, da frente para trás
Agora, ela escorrega para dentro de nosso passado

A cadencia toma conta dos acordes, deslizando junto ao primeiro vôo do gigante, e é neste momento que o Iron Maiden genialmente, através das guitarras, baixo e bateria, exatamente aos 6 :55 reproduzem um sinal de código morse , S.O.S, alertando todos sobre o pedido de socorro dos tripulantes , ESPETACULAR .

Um riff lindo e climático é executado, quase que se ouve os lamentos da guitarra, então mais uma vez o sinal de S.O.S é reproduzido, e se transforma numa digitação que nos remete aos tempos áureos de Hallowed be thy name, a musica decorre e o turbilhão de problemas da aeronave é representado pelo instrumental , culminando no solo de Dave Murray.

A tensão volta com o riff pós solo( que coisa linda), neste momento é inevitável a queda do R101, porem a cadencia também parece representar a luta da tripulação para evitar a tragédia.

Lutando contra o vento enquanto ele te assola
Sentindo os motores a diesel que te empurram para frente
Vendo o canal abaixo de você
Mais e mais baixo dentro da noite
As luzes estão passando abaixo de você
O norte da França dormindo em suas camas
A tempestade está rugindo ao seu redor
‘Um milhão para uma’ é o que ele disse

Após cruzarem a costa Inglesa, chegando ao norte a França (que por sinal era bem longe do ponto pretendido), chega-se a região de Beauvais, famosa pela péssima condição climática.
Um riff diferente quebra o clima, a orquestração é envolvente e carregada por uma cortina tragicamente estendida sobre o tema. Bruce continua narrando magistralmente o fato, sua voz afiada parece comungar junto ao rasgo existente na aeronave que inundada pela água da chuva ceifa a vida de homens experientes.

O ceifador está parado ao seu lado
Com sua foice, corta até os ossos
O pânico de tomar uma decisão
Homens experientes dormem em seus túmulos
Sua cobertura está rasgada, e ela está se afogando
A chuva está inundando o corpo da nave
Sangrando até a morte, e ela está caindo
Gás flutuador está se esgotando
‘Estamos perdidos, companheiros’, veio o lamento

Neste ponto os pianos voltam a ressoar, agora com acordes de tristeza e tensão, até o cume em que Bruce recita versos dolorosos de perda.

Mergulhando numa curva, vindos do céu
Três mil cavalos silenciaram-se
Enquanto a nave começava a morrer
As chamas para guiar seu caminho
Acesas no fim
O Império das Nuvens
Apenas cinzas em nosso passado
Apenas cinzas, no final

Resumido a cinzas pouco restou do R101 , apenas uma carcaça esparramada no norte da França, era o fim da primeira era britânica de desenvolvimento de aeronaves, enterrando não somente um sonho, e sim 48 de seus 54 passageiros, incluindo oficiais de alto escalão e o ministro Britânico do ar, a musica se encerra com tristes frases poeticamente seguidos por um triste e real acontecimento.




Aqui jazem os sonhos
Enquanto estou parado embaixo do sol
Na terra onde eles foram construídos
E os motores realmente funcionaram
Para a lua e para as estrelas
Agora, o que foi que nós fizemos?
Oh, os sonhadores podem ter morrido
Mas os sonhos continuam vivos
Os sonhos continuam vivos – os sonhos continuam vivos

Bruce faz sua despedida entre os acordes finais da musica, sua voz amarga trasborda tristeza, porem resplandece em respeito ao R101 e principalmente aos 48 mortos que fizeram historia junto ao IMPÉRIO DAS NUVENS.

Agora uma sombra na colina
O anjo do leste
O Império das Nuvens
Descansa em paz
E em um cemitério pequeno, na igreja
Deitados de frente para o mastro
Quarenta e oito almas
Que vieram a morrer na França.


Simplesmente incrível, mais que uma musica uma obra de arte fora do comum, demorei um pouco para absorver a musica, até mesmo por ela ser tão grande quando o R101, porem é indescritível o quão épico é essa musica, vou encerrar esse texto com as frases de Bruce a respeito do R101:

“Os sonhadores podem ter morrido, mas os sonhos continuam vivos”


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Filme: "Os Cabeças de Vento" (Airheads)



O que um musico mais anseia é ser ouvido, porem, os tramites maçantes das gravadoras, TVs e rádios, acabam fazendo com que muitos talentos sejam jogados no obscuro e triste anonimato.

Hoje em dia com a chegada da internet esse fato diminuiu muito, porem ainda assim existe uma condição financeira vigente que acaba fazendo praticamente o mesmo, visto que para gravar um álbum ou mesmo organizar um show, uma disposição monetária provinda dos próprios bolsos é necessária.

Hoje vou falar da comedia estadunidense "Os cabeça de vento" (Airheads), que por trás de acontecimentos hilários traz em seu contexto um pouco sobre o assunto citado.

Airheads foi lançado em 1994 e tem um cast de atores bem conhecidos, dentre eles:

Brendan Fraser (Chazz), Steve Buscemi (Rex), Adam Sandler (Pip) e Joe Mantegna (Ian, o Tubarão).

Airheads conta a Historia da banda “OS CAVALEIROS SOLITÁRIOS” que depois de terem feito praticamente de tudo para serem ouvidos, acabam por adentrar ilegalmente na radio KPPX (A radio rebelde), para pedirem ao DJ Ian tocar sua fita demo, porém ao serem confrontados pelo diretor da radio, Rex acaba sacando uma arma de brinquedo (que tinha subtraído de seu ex- emprego), tomando todos os funcionários como reféns, obrigando eles a tocarem sua fita demo. A confusão fica pior quando sua fita é danificada e Chazz tenta entrar em contato com sua namorada Kayla para ela levar até a radio a única cópia da fita.

A trama é bem envolvente, composta por drama, comedia, amor e uma paixão extrema ao rock por parte dos músicos e de Ian. O filme conta com as participações de Lemmy Kilmister e da banda White Zombie.

Reza a lenda que a historia do filme realmente aconteceu (em parte claro), com o grupo “Reagan Youth”. Alias a música que os "Cavaleiros Solitários" tentam tocar na KPPX, “Degenerated”, é uma das composição mais conhecidas do "Reagan Youth". 

O filme é muito interessante e envolvente, demonstrando apoio e comoção por parte dos ouvintes, alem do amor e luta de uma banda por sua musica, claro que coberto por uma aura hilariante e criativa.

Altamente recomendado! 

Trilha sonora:
Born to Raise Hell - Motörhead com Ice-T e Whitfield Crane – 4:57
I'm The One - 4 Non Blondes – 3:58
Feed the Gods - White Zombie – 4:05
No Way Out - D Generation – 4:26
Bastardizing Jellikit - Primus – 4:11
London - Anthrax – 2:54
Can't Give In - Candlebox – 3:15
Curious George Blues - Dig – 4:03
Inheritance - Prong – 2:11
Degenerated - Lone Rangers – 3:53 
I'll Talk My Way Out Of It - Stuttering John – 3:40
Fuel - Stick – 4:57
We Want the Airwaves - Ramones – 3:21

 CD:





K7:





quarta-feira, 9 de setembro de 2015

QUEENSRYCHE- OPERATION: MINDCRIME (1988)




Varias são as teorias da conspiração, entre elas uma bem conhecida é o projeto governamental de controle da mente. Lenda ou não, essas teorias são levadas muito a serio por alguns e acabam virando alvo da cultura popular inspirando filmes (como por exemplo: SOB O DOMINIO DO MAL estrelado por Denzel Washington), e lógico a musica.

Então hoje vou falar do Queensryche e de seu espetacular álbum conceitual chamado OPERATION MINDCRIME de 1988.

OPERATION MINDCRIME é considerado por muitos como sendo o primeiro disco conceitual de metal progressivo da historia. O enredo gira em torno de quatro personagens, DR. X, Nikki, Padre Willian e Irmã Mary, todos de uma organização criminosa liderada pelo Dr. X.

A trama carrega temas delicados como: lavagem cerebral, tráfico de drogas, religião, política e assassinato. Nikki é um viciado que tem sua mente dominada pelo DR. X, e mata ao comando do mesmo.Os planos de DR.X começam a se deteriorar quando Nikki se apaixona pela ex- prostituta e atual freira, Mary.

Nikki recebia telefonemas, e quando ouvia a palavra "Mindcrime" se transformava em um fantoche pronto pra matar ao comando de DR. X, porem quando Mary começa a atrapalhar os planos de DR.X , Nikki é recrutado para elimina-lá , e uma verdadeira "pane" toma conta de seu cérebro, e ninguém fica sabendo ao certo se Nikki cumpriu ou não a "missão".

O álbum faz criticas fortes à mídia, política e religião, alem de mostrar com bastante clareza o lado degradante da lavagem cerebral. Conceito a parte, as musicas são verdadeiras obras de arte, OPERATION MINDCRIME e um quadro pintado com acordes de emoção e peso, INDISPENSAVEL em qualquer coleção.

Durante 18 anos a morte de Mary foi uma incógnita, porem em 2006 o mistério foi desvendado com o lançamento de OPERATION MINCRIME II, que teve participação de Ronnie James Dio no “papel” de DR.X.


Se você não conhece essa obra corra atrás, pois OPERATION MINDCRIME despeja toda veia artística e critica expressada pelo Queensryche.