domingo, 18 de junho de 2017

Jornalismo: revistas de Rock/Metal – anos 50, 60, 70, 80 e 90


O Rock/Metal é sem dúvida um dos estilos mais populares do mundo, sua globalização é algo estrondoso, visto que nos quatro cantos do globo podemos encontramos este estilo que tanto amamos. Muito dessa popularidade está ligado ao jornalismo dedicado ao estilo, onde as revistas especializadas tiveram (e ainda tem) um papel de suma importância. Então hoje trarei pra vocês um pequeno histórico das revistas dedicadas ao Rock/Metal lançadas aqui no Brasil.
Anos 50
Muitos acreditam que Rock chegou em nosso país no início dos anos 80, entretanto em meados dos anos 50 já tinha uma grande massa de admiradores do estilo espalhado Brasil a dentro, estes que sofriam horrores para obter informações sobre sua banda favorita. A primeira publicação tupiniquim a trazer informações sobre o mundo do Rock foi a “Revista do Rádio”, no final da década de 50, onde nomes como Sergio Murilo, Tony Campelo e Carlos Gonzaga introduziam o estilo no país.

Anos 60
Mesmo com algumas revistas dedicando pequenas colunas ao estilo, como no caso da revista de letras “Eu Canto”, foi no início dos 60 que a “Revista do Rock”, editada pela jornalista e compositora Janette Adib, definiu um padrão de linguagem dedicado ao estilo, sendo esta a primeira a ser direcionada exclusivamente ao Rock.
Nesta época os aparelhos de televisão ainda não faziam parte da realidade dos Brasileiros, sendo exclusividade de uma minoria, desta forma a “Revista do Rock” teve o papel de personificar às vozes tão conhecidas através da rádio, além de trazer fofocas, pequenas biografias, letras das músicas e traduções de alguns sucessos internacionais.
Algumas outras revistas como a “Baby Face”, “Rock News” e “Os reis do Iê-iê-iê” também seguiram posteriormente esse padrão proposto pela “Revista do Rock”.

Anos 70
Em 1972 o jornalismo Rock do país foi surpreendido com a chegada da versão brasileira da popular revista estadunidense “Rolling Stone”. A versão nacional era chefiada por Luiz Carlos Maciel que tinha em sua equipe nomes iniciantes como, Tárik de Souza, Rose Marie Muraro, Ezequiel Neves e Ana Maria Bahiana. Sem contar que músicos e poetas como Capinan e Jorge Mautner contribuíam tecnicamente e teoricamente com a redação.
Com a chegada da “Rolling Stone” a principal mudança no jornalismo Rock estava ligado a visão crítica. Os editores por julgar o estilo como sendo arte, abordavam o produto como algo que estava longe de ser passageiro, portanto digno de uma avaliação mais complexa.
Composta sobre um papel jornal no formato grande, quase tabloide, a “Rolling Stone” rendeu apenas 36 edições, tendo seu fim em 1973. Mesmo assim foi de suma importância, pois abriu caminho para uma nova geração de jornalistas musicais.
Essa abertura deu origem ao “Jornal de Música e Som” que seguia o mesmo padrão da “Rolling Stone” e foi a primeira a dar oportunidade para artistas iniciantes do Rock Nacional. Outro ponto de destaque era que junto ao jornal vinha encartada a revista “A história e a glória do Rock”, que trazia biografias de grandes artistas ou grupos do Rock’ n’ Roll mundial.

Anos 80
O início dos anos 80 foi marcado pelo surgimento de várias revistas especializadas em Rock, porém muitas delas desapareciam do mercado com a mesma velocidade que eram lançadas, causando pouco impacto no jornalismo do estilo no país. Mesmo assim podemos destacar alguns nomes como, “Intervalo”, “Pipoca Moderna” e “Rock Passion”, que mesmo com pouco tempo de vida foram bastante comercializadas e discutidas.

Um ponto importante na década de 80 em relação ao jornalismo Rock é a explosão dos fanzines. Muitas dessas publicações amadoras eram impressas e divulgadas massivamente em shows e até mesmo em banca de jornais, tanto que uma das mais importantes revistas de Rock do país surgiu inicialmente no formato de fanzine, estou falando da “Rock Brigade”.
A “Rock Brigade” é a revista de música mais duradoura em circulação no Brasil. Lançada em fevereiro de 1981, seu conteúdo jornalístico além de trazer notícias e colunas dedicadas ao mundo do Rock/Metal em geral, também divulgava bandas independentes resenhando fitas e CDs “demo”. Desta forma, com um conteúdo informativo e profissional, a “Rock Brigade” foi durante longos anos a revista mais popular do estilo no país, inclusive ficando conhecida como a primeira a se especializar em Heavy Metal.

Outra revista a se popularizar na década de 80 foi a “Roll” lançada em 1983. A “Roll” era bem desenvolvida e foi usada de inspiração para a criação da importante revista “Bizz” publicada pela Editora Abril.

Anos 90
No início dos anos 90 uma segunda leva de revistas segmentadas surgiram, porém nenhuma delas conseguiu se firmar no mercado, não passando de um ou dois anos de vida, como no caso da “Top Rock” e “Backstage”. Uma exceção foi o jornal “International Magazine” de 1990, que dura, mesmo que timidamente, até os dias atuais.
A “Backstage” começou a circular gratuitamente como um fanzine fotocopiado, dois anos depois passou a ser impresso em formato tabloide e somente em 1992 passou a ser vendida no formato de revista propriamente dita. Já a “Top Rock”, que também foi lançada em 1992, teve desde seu primeiro número um acabamento profissional feito pela editora Trama, porém abordava os mesmos gêneros musicais da “Backstage”.

Na metade da década de 90, cinco revistas importantes nascem, “Dynamite” (1992) “Metalhead” (1994), “Rock Press” (1995), “Valhalla” (1996) e a “Roadie Crew” (1997). Por essas revistas abrirem um caminho grandioso para o jornalismo Rock atual, trarei na segunda parte desta matéria uma abordagem mais detalhada destes cinco nomes, além claro de destacar edições internacionais que tiveram uma publicação nacional.


Fontes:
-TCC  Rock em revista: “o jornalismo Rock no Brasil” de Rafael Machado Saldanha
(Aluno do Curso de Comunicação Social) Monografia apresentada à banca examinadora na
disciplina Projeto Experimental II.
Orientador acadêmico: Prof. Rodrigo Barbos
-Zinil (2006) O Rock ‘n’ Roll e as revistas : “o casamento perfeito” de Vladimir José Ribeiro

sábado, 3 de junho de 2017

Genesis: álbum "Abacab" inspirou cheat do jogo Mortal Kombat



O Rock/Metal aliado a interatividade dos videogames deu origem a vários jogos importantes como por exemplo o nostálgico “Rock N’ Roll Racing” desenvolvido pela Blizzard Entertainment e publicado pela Interplay. O jogo tem em sua trilha bandas como Steppenwolf, Deep Purple e Black Sabbath, mostrando que essa junção traz momentos únicos para o jogador. Sem contar os games encomendados por grupos famosos como no caso do jogo “Ed Hunter” desenvolvido para o Iron Maiden e “Psycho Circus: The Nightmare Child” criado para o Kiss, que dispõem de uma amalgama perfeita entre música e interatividade virtual.
A lista de jogos com  temáticas Rock é bem extensa e atinge várias plataformas, valendo uma matéria mais detalhada que prometo trazer pra vocês em breve. No entanto falarei de uma curiosidade que envolve a banda Genesis e o famoso jogo Mortal Kombat.

No ano de 1993 o game “Mortal Kombat” invadiu os consoles caseiros tornando-se uma febre. A Super Nintendo e o Mega Drive (sega) foram as primeiras plataformas a receber o jogo, porém diferente da versão dos fliperamas o game vinha com algumas censuras devido sua violência.
 A Nintendo não concordando com a sanguinolência do jogo original optou por extirpar o mesmo de sua conversão, trocando o vermelho sangue por um cinza, que dava a impressão de suor. Em contra partida a Sega decidiu dar aos fãs um código (o famoso “blood code”) que liberava completamente em sua plataforma o sangue no jogo.

Muitos ainda devem se lembrar da famigerada sequência “A+B+A+C+A+B+B” que fazia nossos dias mais felizes. porém uma coisa que poucos sabem é que essa sequência foi escolhida por causa de um disco da banda britânica “Genesis” chamado “Abacab”, a diferença entre o nome do álbum e o código está apenas no acréscimo de uma letra, o “B”. O disco foi lançado em 18 de setembro de 1981 e traz em sua formação Phil Collins na bateria, percussão e vocal, Tony Banks nos teclado e Mike Rutherford no baixo e guitarra.
Curiosamente o nome meio dadaísta, Abacab, não tem nenhum significado. Originalmente, a faixa era dividida em seções batizadas com letras. Com algumas mudanças aqui e ali, num certo momento a ordem das seções era a,b,a,c,a,b,. Desta forma, de maneira simplória, surgiu a ideia para o nome do décimo primeiro álbum de estúdio do Genesis.
Confira a faixa autointitulada de Abacab:

Uma outra curiosidade é que o Mega Drive nos EUA era chamado de “Sega Genesis” dando um sentido a mais para a escolha do cheat.
Existe também uma banda americana de Deathcore chamada “Abacabb” que lançou em 2009 o debut “Survivalist”. Além do grupo francês de progressivo “Abacab” que lançou em 2004 o EP  “Les 3 Couleurs” e em 2008 o debut “Mal de Terre”.
Confira ambas as bandas: