terça-feira, 23 de agosto de 2016

Black Sabbath: conheça o filme que deu origem ao nome da banda


Segundo o dicionário Webster 1828, a palavra “nome” significa a reputação de alguém, o carácter, autoridade e uma pessoa. Desde tempos remotos, damos nomes às coisas. Damos nomes para representar algo e também para descrever algo. O ato de nomear, seja objetos ou pessoas, está ligado diretamente à nossa evolução, já que de forma inteligente e única, conseguimos descrever através de palavras a representação daquilo que vemos, tocamos e até sentimos.
O nome não é uma peça importante somente na certidão de nascimento, mas também em todo meio de comércio e propaganda, tanto que empresas travam longas batalhas judicias para defender a patente de sua marca. No mundo da música não é diferente: a escolha do nome e de extrema importância na criação de uma banda, já que ele transcende a marca em si, pois também acaba direcionando a temática e o estilo que a banda vai seguir.
Em 1966, os músicos Ozzy Osbourne (ex-Rare Breed), Bill Ward (ex-Mithology), Geezer Butler (ex-Rare Breed), Tony Iommi (ex-Mithology) e Jimmy Phillips deram início a um projeto chamado “Polka Tulk Blues Band”, que posteriormente contou também com o saxofonista Alan “Aker” Clarke. Após algumas apresentações, Clarke e Phillips decidem sair do grupo, foi então que os membros remanescentes decidem trocar o nome da banda para Earth.

Durante um curto período tempo, o Earth desbravou pubs e casas de shows variados, até que descobriram que outra banda se apresentava com o mesmo nome, sendo assim, optam por mais uma mudança, e a escolha desta vez ficou com o epíteto Black Sabbath.
A ideia partiu de Butler. O baixista se inspirou no filme italiano “I Tre Volti Della Paura” (As Três Máscaras do Terror). O filme dirigido por Mario Bava lançado em 17 de agosto de 1963 traz um horror clássico de primeira linha, e contém três contos:
“The Telephone” (O Telefone), “The Wurdalak” (O Wurdalak), e “The Drop of Water” (O Pingo D’água), todos baseados nos textos dos escritores Aleksei Tolstoy, Ivan Chekhov e F.G. Snyder.
Em “O Telefone”, uma garota de programa é atormentada por ameaças de um ex-amante que fugiu da prisão. A trama envolve assassinatos toscamente consumados por estrangulamento com uso de meias calças, além da clássica e boa faca escondida debaixo do travesseiro.

Já em “O Wurdalak”, uma família aguarda o retorno do patriarca. O problema é que ele foi contaminado por um vampiro. A história se passa no interior da Rússia e mostra o terror da família que tenta livrar-se do conde do século XIX.

Pra finalizar, “O Pingo D’água” traz o espírito de uma condessa que volta do além para cobrar um anel que lhe foi roubado nos preparativos de seu funeral.

O filme, que é apresentado e estrelado pelo lendário Boris Karloff, foi exibido nos EUA e Inglaterra com o nome de Black Sabbath. Quando a banda caminhava pelas ruas de Hamburgo, notaram que um cinema local estava com uma fila enorme. Ao descobrirem o nome do filme, Geezer Butler de pronto propôs usar o título da película para nomear o grupo.

A palavra “Sabbath” (sábado) tem algumas simbologias diferentes. No geral, ela representa um dia semanal de descanso e adoração a uma divindade. Muitas religiões adotaram o conceito e o praticam de acordo com suas cresças. A tradição judaico-cristã, por exemplo, usa o termo para designar o último dos dias da criação, no qual Deus descansou. Na bruxaria, o Sabbath é um momento de comunhão religiosa, onde se pratica através de uma celebração a comunicação com seres espirituais. Existem oito Sabbaths celebrados a cada ano pelos bruxos, no qual os quatro principais são o Imbolc (Candlemas), o Beltane, o Lammas (Lughnassad) e o Samhain.